segunda-feira, 21 de março de 2011

  • PSEUDO NOVIDADES, SACRIFÍCIOS E DESEJO
1. Um novo (?) Governo em Cabo Verde? Independentes? Devo andar na sebe da Lua a colher agrião para cachupa...

2. Surpresa a indicação de Manuel Inocêncio Sousa como candidato às eleições presidenciais? A decisão (com nuances condicionais das eleições legislativas) vem desde o ano passado, ainda antes do Congresso do PAICV. Só surpreende o facto de Aristides Lima, de longe o melhor candidato na esfera do PAICV, ter sido aquele que pior votação teve no seio do seu partido, o mesmo partido que se prestou a servir (sacrificando uma postura ética ao se candidatar às eleições legislativas, o que David Hopffer Almada e Manuel Inocêncio Sousa não fizeram...) e que, agora, se sentirá, legitimamente, traído pelas estruturas do partido. Deveria estar avisado, pois José Maria Neves anunciara, há muito, que o PAICV decidiria, “democraticamente”, quem seria o candidato…

A sua opção? Ser um militante do PAICV até ao fim (i.e., um carneiro político do Partido) ou ser, a final, um cidadão cabo-verdiano livre e independente. É, para Aristides Lima, um momento definidor em termos pessoais. «Platão tinha razão» – pensará, com razão. Mas só se pode queixar dos seus próprios pecados, e colocou-se na eventualidade de um venire contra factum proprium. Há muito que tenho dito, e escrito, que um confronto entre Aristides Lima e Jorge Carlos Fonseca qualificaria em muito a democracia cabo-verdiana pois elevaria a qualidade do seu discurso. Não de deixei, depis disso, de anotar o tiro no pé que foi a decisão de Aristides Lima candidato a deputado (com reserva mental quanto ao exercício dessa função) para ajudar o PAICV a ganhar as eleições. Um verdadeiro acto preparatório de um suicídio político num pré-candidato presidencial.

3. Não me surpreende o facto do povo de Cabo Verde não perceber a dimensão do sacrifício pessoal (e de sentido de Estado) de Carlos Veiga ao voltar a liderar o MPD. Poucos políticos, em qualquer parte do Mundo, fariam o que fez. Cimentou o respeito que tinha por ele, especialmente na forma como reconheceu ter perdido o que, do meu ponto de vista, não poderia ter deixado de ganhar. Mas isto é conta de outro rosário...

4. Entrei numa livraria en Las Rozas, Madrid. Não resisti a entrar nela. Está numa rua chamada Juan Ramón Jimenez (um dos meu poetas preferidos) e um livro chamou a minha atenção: El Último Catón, de Matilde Asensi. Começa assim: «Las cosas hermosas, las obras de arte, los objetos sagrados, sufren, como nosotros, los efectos imparables del paso del tiempo.» Ando em busca de tempo para lê-lo com calma, tem 647 páginas e precisa de leitura cuidada, como tudo o que nos resulta belo ao primeiro olhar. E eu gosto de coisas belas, como aquela que Langston Hughes cantava… e a outra que Ortega y Gasset reclamava a humanidade.

Ao fim do dia tudo o que resulta é a sensação de que sermos singulares e bons é, a final, uma ma

Imagem: Celestina o Betsabe, Pablo Picasso (cedo ou tarde comprarei este quadro)

domingo, 20 de março de 2011


CATO IS ALIVE

EU and US are opening the Pandora's box... there is, under International Law, no legal basis for the attack to Libya. An intervention for humanitarian reasons? It doesn’t seems to be so… and it is not. There were and are worst situations running in the world today, and I never and don’t saw a moral indignation and even a menace of a military intervention. I have been heard for a long time the same words of Cato, the Censor: Delenda est Lybia. Why just Libya? Cato is alive!

quarta-feira, 9 de março de 2011

  • O HORROR NA COSTA DE MAFIM E OS SENHORES DO MUNDOS
Cidadãos afectos a um dos contentores presidenciais matam e queimam, ainda vivas, outros concidadãos. Por terem opinião contrária ou outra razão política qualquer? Não importa! É a quinta-essência do horror. E que faz a comunidade internacional? Nada. Vira a cara para o lado. Que faz o TPI? Foi criada para estas coisas, para defender a humanidade; mas parece que é alguma. A balança inclina-se…
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This video has violent images, and is not adequate for children and very sensible persons. Este vídeo tem imagens violentes e não é aconselhável a crianças e pessoas muito sensíveis. Este vídeo contiene imágenes violentas y no es propio para niños y personas muy sensibles.

  • THE CIRCUMSTANCES
A friend sent me this old tale and I just can’t resist to my inner appeal to share it with you.
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An old Italian man lived alone in the country.
He wanted to dig his tomato garden but it was very hard work, as the ground was hard.
His only son, Vincenzo, who used to help him, was in prison.
The old man wrote a letter to his son and described his predicament.

Dear Vincenzo,
I am feeling pretty bad because it looks like I won't be able to plant my tomato garden this year.
I am getting too old to be digging up a garden plot.
If you were here, my troubles would be over. I know you would dig the garden for me.
Love, Papa.

A few days later he received a letter from his son.

Dear Papa,
I'd do anything for you Papa, except dig up that garden.
That's where I buried the bodies.
Love, Vinnie.

At 4 am the next morning, FBI and local police arrived and dug up the entire area, without finding any bodies. They apologized to the old man and left.

The same day, the old man received another letter from his son:

Dear Papa,
go ahead and plant the tomatoes now.
That's the best I could do under the circumstances.
Love, Vinnie.
***

segunda-feira, 7 de março de 2011

O VETO PRESIDENCIAL E AS MAGISTRATURAS

Nem sempre concordo com Eurico Monteiro, mas desta vez resulta assertivo nos seus juízos sobre o veto presidencial do Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Estatuto dos Magistrados do Ministério Público. Li o texto e dele emerge, de forma ostensiva, a falta de fundamentação bastante para o veto. Pena é que o MPD venha, só agora, se posicionar como defensor da Constituição e não o tenha feito antes, no momento oportuno. Alinhou com o PAICV na mutilação da Constituição da República e numa lógica de consenso partidário (em prejuízo dos interesses da nação) incompatível com a agenda pré-eleitoral. E isso, entre outras causas, custou-lhe uma vitória que tinha à sua mercê.

O presidente Pedro Pires, no plano constitucional, está a sair pela porta pequena… e é pena, muita pena! Num país a sério, em que a Constituição fosse respeitada da forma devida, teríamos um terramoto constitucional antes das eleições presidenciais. Pergunto-me: as magistraturas são ou não são os guardiões últimos da Constituição e da legalidade democrática? Parece que não, parece que não… até ver!

  • O MEU POETA E A CAUSA DAS COISAS
Sendo verdadeiro que existe uma causa para todos os factos, não é menos verdade que nem todos os factos e respectivas causas podem ser esquadrinhadas e compreendidas por todos – anotei ao meu poeta, ele que ressuscita como Al Muad'dib ao beber a água da vida.