quinta-feira, 4 de novembro de 2010

  • TRABALHADORA PARA O ESTADO DE CABO VERDE — 21 ANOS, 6 CONTOS POR MÊS
Trabalhar 21 anos a trabalhar numa cozinha, e a receber 6.000$00 (seis mil escudos) por mês, i.e., +- 60 (sessenta euros) – por um trabalho que o Ministro da Educação diz ser fundamental – é uma vergonha!, um escandalo, uma situação insustentável e indigna. E são homenejeadas pelo Governo… com mais promessas de aumento de remuneração. Que hipocrisia

Roma e Pavia não se fez num dia, não é?... Give me a break, ó povo!

Um cidadão ouvinte da RCV adjectivava, esta noite, o proprietário do Hotel DjadSal de abutre humano, em virtude deste ter encerrado o estabelecimento deixando os trabalhadores sem remuneração há meses e em situação difícil. Como se não bastasse a exploração, e o uso de mão de obra escrava! Sim, escrava! Pois o nível de remuneração dessa gente é escandaloso; sendo aberrante que o Estado dê tais exemplos! 6.000$00 por mês, não! Uma garrafa de gás, para a cozinheira poder confeccionar os seus alimentos em casa, custa 1.800$00! Agora é salário mínimo, que foi prometido para este ano, mas que fica para o próximo ano… para as calendas gregas. Por imperativo de estudo, dirão.

Como é que o Governo tem a lata de homenagear essas pessoas?

Estou cansado, preciso de silêncio para mim mesmo. Pois não quero rir, e muito menos chorar. O desenvolvimento médio não pode ser um nomem, tem de ser uma realidade. Compreendo a reserva do possível da acção governativa de um país com as fragilidades económicas de Cabo Verde, mas existem limites. Trabalhar para o Estado, nas condições da D. Cândida Moura, é sujeição à servidão; esta é a djectivação mais bondosa possível, pois em Cabo Verde a escravidão acabou oficialmente há muito. Ou será que não?

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