SOBRE A «MALDIÇÃO» DOS AFRICANOS:
CARTA ABERTA AO PASTOR-DEPUTADO FEDERAL DO BRASIL MARCOS FELICIANO
Lisboa, 04 de Abril de 2011
M.I. Pastor-deputado Marco Feliciano é a consciência de um negro consciente da Grandeza dos seus ancestrais (e da responsabilidade intelectual que tenho) que impele a minha pena, mesmo num momento em que demando silêncio a mim mesmo, mas desdito-me de tal forma da Vossa afirmação de que os africanos são «amaldiçoados» que não resisto a escrever-Vos este breve apontamento em forma de brevíssima Carta Aberta.
«Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polémica. Não sejam irresponsáveis twitters.»
A Vossa afirmação, como reiteraste posteriormente, é da ordem da hermenêutica bíblica. Sim, é verdade; concordo consigo neste particular. Mas é de uma hermenêutica bíblica racista, historicamente racista e xenófoba… e tem o dever de o saber, como estudante da Bíblia e político. E a conclusão do seu juízo é a de um mau teólogo, provavelmente formado à pressa ou um self made teologian, de quem não conhece as coisas na sua verdadeira dimensão (confundindo as dispensações e, pior: esquece a graça de Deus; a não ser que seja, também, um deliverance preacher – mas mesmo assim não escaparia às críticas de substância inerentes ao juízo em si); e, sendo lícito ter as opiniões publicas que lhe aprouver, não lhe convém como um político com as responsabilidades que detêm. Não servir a dois reinos tem aqui, de todo, uma dimensão fina… e não cito Agostinho de Hipona por inferir que V. Senhoria terá em pouco a autorictas da sua docta opinio.
M.I. Pastor-deputado federal Marco Feliciano, atentai por momentos neste apontamento sobre as origens de África na tradição religiosa judaica, grega e cristã que anotarei aqui nesta carta (encontrará, em breve, parte desta anotação no meu livro «Os Imperadores Africanos do Império Romano»). Anoto que a sua oração tem, tem de ter!, um artigo a mais... pois o motivo da maldição não é «a» polémica... Terá querido dizer que «O motivo da maldição é polémica». Começo com esta bondade hermeneutica; se não for o caso, que faça um interpretação autêntica da sua afirmação.
África, segundo a tradição bíblica ou judaico-cristã, terá as suas origens em Cush (Génesis, X), geralmente identificado como neto de Noé e filho de Cã e que foi o Patriarca das nações da antiguidade conhecidas como cushitas e hoje o Egipto e o Sudão que partilhavam na antiguidade não somente os benefícios do fecundo rio Nilo, mas uma cultura de base comum, ou muito próxima.
O filho mais novo de Noé, chamado Cã, é considerado – numa interpretação sui generis do primeiro livro da Tora e que uma muito profícua, prolixa e secular literatura teológica dá voz – o causador da negritude (Génesis, IX:20-27). Esta história das origens do Egipto e do Sudão (erradamente se referindo à Etiópia) foi usada por muitos para fundamentar a escravidão dos negros, com base na ideia de que estes seriam povos amaldiçoados ab ibnitio, isso antes de aparecer o argumento do racionalismo científico de Hegel para sustentar, noutro plano e para além da teologia bíblica, esta tese e a divisão de África na Conferência de Berlim de 1885 (leia – a este propósito e para compreender a divisão de África e que tem sido a causa de muitas maldições de África, nomeadamente o Colonialismo e a pobreza estrutural dos povos africanos – «Filosofia da História» de Hegel).
Cush, filho de Cã, levaria a marca da maldição de Noé ao seu filho Cã: a negritude. E tudo por causa de uma decisão tomada durante uma «ressaca» de vinho, e das consequências da mesma (deixemos as demais mensagens subliminares inerente à tal narração, nomeadamente sobre a natureza feminina, para eventual núpcia dialéctica). Segundo a Bíblia esta foi a primeira bebedeira de um ser humano, e as consequências foram um comportamento inadequado de Noé e a maldição do filho, que foi expulso no meio da ressaca do pai e, por inferência hermenêutica de muitos, ficou com a marca da negritude. Esta foi a maldição de Noé. Alguns autores admitem a possibilidade, sórdida e sem fundamento bastante, diga-se – além da mera especulação –, de que Cã terá tido relações homossexuais com o pai, Noé; e que seria essa razão a causa da maldição, e não o facto de Cã não ter escondido a condição de alcoolizado do seu progenitor e do abuso sexual que este terá perpetrado nos filhos.
Este é o motivo da dita maldição; que é, sim, polémica. Daí ter de haver um execesso discursivo com o artigo definido na sua oração. Tal temática merecia um maior cuidado na sua veiculação; é uma questão de responsabilidade intelectual, diria Karl Popper. E, M.I. Pastor-deputado federal Marco Feliciano, tem de perdoar-me este preciosismo!, um dado inferido por via hermanêutica não é facto... até porque não estamos no campo da História (o dado veiculado por si como facto não é narrado no texto bíblico mas inferido por via interpretativa) mas sim do mito.
Concorre, neste plano, uma prolífica literatura sobre a descendência dos primeiros homens, e uma das obras mais interessantes é a de Charles de Kirwan: «Le Déluge de Noé et les Races Prédiluviennes», Librarie Blous et Barral, Paris, 1899. Kirwan enumera uma série de questões e lança muitas pistas para se entender a génese dos povos pré diluvianos e os que povoavam o oriente médio, tendo um tese interessante sobre a existência de descendentes de Caim – os filhos da discórdia – no tempo de Moisés e ligações destes a Noé e à sua descendência, nomeadamente de Cã (o Negro, nesta teologia racista). Os agricultores africanos eram chamados por cananitas, ainda na era cristã, sendo que eram chamados púnicos pelos gregos, isto é, gente da terra púrpura (Theodor Mommsen, «The History of Rome», Volume II, Richard Bentkey, New Burlington Street, London, 1868, p.3) antes de terem o nome de, v.g., afri e lybium.
Também se utiliza o nome para identificar este povo ou raça cujos descendentes do fundador a Bíblia nos dá notícia na Tora (Génesis, X.7-8.). Nimrod, filho de Cush e neto de Cã – segundo a narração bíblica –, fundou um grande império cuja ambição culminou na construção da Torre de Babel e na confusão das línguas dos povos de origem cushista; emergindo então a diáspora dos descendentes de Cush.
Nesta perspectiva, esta é/será a origem de todos os povos de África, como entendemos hoje o continente africano. Em termos de estabilização demográfica, Cush designava a zona ou região sul do Assuão, no Nilo superior e conhecido como Núbia (Parte do Egipto e do Sudão, terras ligadas e banhadas pelo rio Nilo), Sennar (Parte do território do Sudão) e Abissínia do Norte (Etiópia e Eritreia); correspondia à África oriental, ao Sudão da actualidade. Os gregos denominaram-na de várias formas mas um facto manteve-se claro ao longo da história: Cush era há muito uma nação poderosa quando, por volta do Século VIII a.C., Roma e Cartago emergiam como potências no Mundo antigo, tendo os reis núbios ou cushitas reinado sobre o Egipto dos faraós. Shabitku ou Shabataka, segundo Rei da XXVª. dinastia – também conhecido como Djedkare, foi um desses faraós sudaneses que reinaram sobre o Egipto. Sucessor de Shebaka ou Shabaka, (712-698 a.C.), também denominado Neferkare de quem era sobrinho, viria a desconsiderar uma política de co-habitação pacífica com a Assíria, praticada pelo seu antecessor, para hostilizar o Rei da Assíria, Senaqueribe, de quem se tornaria um grande rival.
Quando a palestina foi atacada pelos assírios, Shabataka ocorreu em sua ajuda – não sem desconfiança de muitos; entre eles o profeta Isaías (Isaías, XVIII.1 e XX.3-5) que exortava o povo hebreu a não confiar nesses príncipes; e a dimensão racial dessa atitude não era despicienda. Fosse como fosse, a história leva-nos às muitas ligações entre Cush, Sudão, Egipto, Etiópia, Cartago e demais povos com influências semitas e donde emerge uma relação mítica (e mística) com a história.
Note, M.I. M.I. Pastor-deputado Marco Feliciano, que um dos mais abençoados (do ponto de vista incidente histórico) faraós da história, Tuthankamon, era filho dos luminosos Akenathon e Nefertiri e neto Amenofis III e de Tyi, a rainha núbia do Egipto; isto é, nessa perspectiva da história e da narrativa bíblica, uma cushita descendente directa de Cã. E tudo aquilo que acredita e ensina, hoje e enquanto Pastor, tem a sua origem doutrinária nessa gente «amaldiçoada»! Sim, o monoteísmo que hoje acredita é uma criação africana (e nem me alongarei muito para dizer-lhe que a liberdade religiosa que hoje beneficia – à laia de Direitos Humanos e Liberdade Religiosa – é um ganho a que se deve a um africano, um «amaldiçoado», em primeiro lugar: Tertuliano de Cartago. Leia Ad Scapulum, e perceberá o que digo) e não é nenhuma «bênção» dos abençoados ocidentais, de uma Europa brança e de olhos azuis (Ocidente que, por essa altura, ainda vivia em cavernas e na obscuridade de tudo). Até seu Natal, a sua memória natalícia de menino é uma história africana, do Egipto cushita a narrar a fuga de Horus (filho de Isis e Osiris) de Seth até o Egipto. Horus que, como Jesus nasceu de uma virgem no dia 25 de Dezembro e que, adulto, ressuscitaria depois de cruxificado. Isso, ó Pastor... foi-lhe legado por um povo amaldiçoado... não pelos Evangelhos, como pensa.
Aquilo que acredita, até mesmo na Santíssima Trindade, é criação dos «amaldiçoados africanos». Diga-me: Consegue imaginar a história da Igreja sem o magnífico Ario, Tertuliano, Cipriano de Cartago, S. Gelásio I, Agostinho de Hipona... e a Escola de Alexandria? Certamente que não! Estes eram, M.I. Pastor-deputado Marco Feliciano, «amaldiçoados» africanos... como eu (é claro que não tenho a luz desses ínsignes africanos; só nos liga o sermos africanos e termos o epíteto de «amaldiçoados» dado por seres que navegam numa docta ignorantia, como diria Nicolai de Cusa). Neste aspecto, direi de V. Senhoria o seguinte: Mene Mene Tequel U Farsim! Como Teólogo sóis uma desgraça, ó homem! Se fosse Reitor da Universidade onde cursou Teologia mandaria retirar-lhe o diploma ou então teria de fazer um exame de recertificação; se é que alguma vez estudou Teologia. Mas, infelizmente, tenho de dizer o mesmo de si enquanto Legislador!
Sim. Veja o período histórico de Roma entre 193-235 d.C. e verá que coincide com o período do Direito Romano Clássico (existem no Brasil muitos e muito bons manuais de Direito Romano para consultar). E quem eram os Imperadores durante esse período? De Septimio Severo a Severo Alexandre, passando por Ofélio Macrino… eram «amaldiçoados» africanos que, por desventura sua e dos que acreditam nessa afronta racista que veicula, criaram 4/5 do que é hoje conhecido como o Corpus Iuris Civilis que sustenta a ossatura jurídica do Estado de que é, neste momento, Deputado Federal (o mesmo se diga das demais ordens jurídicas, nomeadamente das que têm matriz romano-germânico). Um deputado Federal deve saber mais… Mene Mene Tequel U Farsim!
Pode uma árvore má dar um bom fruto? – perguntava o Mestre Nazareno. O Direito e a religião de que benificia, hoje, e são o seu ganha pão, são, na sua essência, criações e/ou promoções africanas. A sua afirmação é fruto da ignorância, uma doença social que se cura com o estudo, com a aquisição do saber. «E conhecereis a verdade e a verdade Vos libertará», dizia o Nazareno. E bem dizia o profeta Oséias que «o povo é destruido por falta de conhecimento». Nada de mais asssertivo nestas circunstâncias, não acha, ó M.I. Pastor-deputado Marco Feliciano?
E se existiam cushitas em África, também os havia na Ásia ou médio Oriente – também conhecido como a terra de Cush, segundo o escriba do livro de Génesis. Mas, resulta incontornável um facto bíblico: foi Ninrod, filho de Cush, neto de Cã e bisneto de Noé, quem fundou o primeiro Império conhecido nessa parte do Mundo – onde, em verdade, como nos diz Samuel Noah Kramer, começa a História. É nos vales dos rios Tigre e Eufrates – actual Iraque – que o filho de Cush assenta as fundações (Genesis, X.8-12) do seu Império. Este espalhar-se-ia pelo Mundo até chegar ao norte de África, nomeadamente ao Egipto e ao Sudão. Assim sendo, os povos da África do Norte, nomeadamente os cartagineses que dominaram o Mundo antes dos romanos, eram, também eles, descendentes geracionais de cushitas.
Assim, M.I. Pastor-deputado Marco Feliciano, quando emite este juízo fá-lo em relação aos povos africanos e aos demais povos do médio Oriente que têm, na sua grande maioria, a mesma origem genealógica, no plano bíblico e histórico, que os africanos: Noé, Cã, Cush e Nimrod. Veicula uma mensagem muito perigosa, além de ser, no plano hermenêutico, incompatível com a doutrina e a ortodoxia cristãs. Sei que existe uma heterodoxia hermenêutica cristã emergente da liberdade de interpretação nascida da Reforma promovida por Lutero, Calvino… e que se cimentou com os novos movimentos evangélicos, mas existem limites, e estes são o núcleo essencial do cristianismo; um humanismo que não admite o racismo e a mensagem racista, expressa ou subliminar.
O discurso racista é incompatível com o cristianismo, assim como o era com o judaísmo pré mosaico. Lembra-se do Evangelho de João (capítulo I) que diz que o Verbo divino «veio para o que seu mas os seus não receberam. Mas a todos que o receberam deu-lhe a autoridade de se tornarem filhos de Deus»? e de S. Paulo dizer aos coríntios que não há judeu nem grego em Cristo? É assim nesta dispensação – em que o cristão está liberto da lei da morte – como era antes da Leis mosaicas em que não havia diferenciação do homem em razão da sua cor mas sim pela sua fidelidade à Deus e aos seus mandamentos (a questão do semitismo religioso – e a análise necessária de Levítico XIX e seguintes e Deuteronómio XXVIII – levar-me-ia longe, e o tempo não me permite discorrer sobre isto agora).
Um exemplo deste facto: Séfora, a mulher de Moisés, que este conheceu na terra de Midiã (terra da contenda) depois de sair do Egipto, era cushita – no sentido de negra do Sudão – e o profeta foi duramente criticado pelos irmãos Aarão e Miriam por a tê-la tomado, isto é: ter-se casado com uma mulher negra. A punição divina de Miriam por este acto de racismo e/ou xenofobia é irónica, como que a dizer que Deus tem sentido de humor: «ficou branca como a neve» (Números, XII.1-15) por causa da lepra, por ter sido contra o casamento de Moisés com uma mulher negra. A oposição dos irmãos de Moisés ao seu casamento com Séfora dever-se-ia mais às suas origens, ou aquilo a que os hebreus considerariam as suas origens, do que ao facto de ser negra (muitos veriam neste facto o mesmo que o Pastor-deputado veicula). De ser amaldiçoada. Que Séfora e os cushitas eram negros, resulta um facto, como o profeta Jeremias deixa claro: a tribo de Judá era tão incapaz de extirpar a sua propensão para o mal (como diria Emmanuel Kant in «A religião nos Limites da Simples Razão») como um cushista mudar a cor da sua pele (Jeremias, XII.23).
Fosse Séfora da terra de Cush da Arábia, do Egipto ou do Sudão, a questão era a mesma – da ordem da xenoreligião e/ou do racismo. Ao que tudo indica a mulher de Moisés era da terra de Cush africana, isto é: era núbia (sudanesa). Deste modo, existe uma relação histórica estreita entre os povos da África do norte – e numa perspectiva mítica de toda a África – com os povos semitas descendentes de Noé e que deram origem aos vários povos do médio oriente e à uma grande conexão étnica e racial entre os mesmos (vide, v.g., «História do Mundo» de Herodoto).
Com a emergência do Império romano, os diversos povos que viviam no espaço norte do continente, hoje conhecido como africano, ganham uma dimensão unitária ao nível da nomenclatura geográfica e política do mundo – o Orbis Terrarum. África emerge depois de uma evolução complexa da sua nomenclatura – que merece uma atenção que escapa a este texto – tem estas ligações míticas e com uma dada teleologia antropológica que um Deputado da República Federativa do Brasil tem o dever de conhecer ou de não desconhecer. Por vezes cometemos lapsus calami… até teológicos! pois os políticos são normais, tendo em consideração a casta rasteira e pobre que prolifera pelo Mundo. Está-se perante um lapsus calami religioso? Parece-me que sim, quero crer que sim. Bom seria que esclarecesse cidadãos perplexos e curiosos como eu, de vez.
Existe, como anota Alexandre Koyré (Alexandre Koyré, «Reflexões Sobre a Mentira») neste plano específico da política ou da actividade política, uma diferença de substância entre mentir e dizer uma mentira. Da mesma forma que, do meu ponto de vista, existe entre fazer o mal e veicular o mal; e como é consabido: errar é humano, mas persistir no erro é pecado. E sabemos bem qual é o salário do pecado ó M.I. Pastor-deputado Marco Feliciano... A diferença está, em essência, na consciência da ilicitude ou na falta de consciência da ilicitude da acção (para usar uma linguagem ius penalista). Penso que a sua afirmação é mais desta ordem do que daquela e derivará de um facto: os seus conhecimentos de teologia só podem ser sofríveis, e isso fez com que reproduzisse (com alguma leveza de ánimo, é certo) uma afirmação que, compreendendo a sua verdadeira dimensão, não poderá não concordar, sob pena de não poder usar o nomem de cristão. Na verdade não pode concordar com tal doutrina… ela é incompatível com o cristianismo e foi historicamente usada para legitimar a escravatura. Mas se acredita nela… só poderei dizer o mesmo que Voltaire, afinal vivemos num Mundo em existe espaço para tudo, até para a barbarie travestido de liberdade de expressão e outras coisas mais.
Espero que seja abst+emio; pois, afinal, a causa da maldição foi o mosto, não é. A demais: ó Lemuel, ó Lemuel... é como diz: não sejamos irresponsáveis, pois o que sai da boca contamina. E muito.
Fica o meu protesto, pois o tempo não me permite, de momento, mais; e um espanto tremendo por verificar que uma discussão de séculos espante e surpreenda tanta gente num Mundo em que o conhecimento está tão disponível...
Um negro cabo-verdiano que sabe um pouco do sentido da história e que não se sente nada, mas nada amaldiçoado por ser e ter nascido africano; pelo contrário: tenho um profundo orgulho nos meus ancestrais africanos. Sem eles... que Mundo pobre teríamos! Não saber isso é, em larga medida, ser-se cego. Espero, sinceramente e por alguma ventura, ter trazido um pouco de colírio ao seu olhar sobre a maldição que recai sobre nós os africanos... e que não é, de todo, o que veiculais. Mas isso é outra questão... bem mais funda e premente.
Abraço fraterno:
Virgílio Rodrigues Brandão, Afri
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