QUEM MATOU AMÍLCAR CABRAL, segundo José Maria Neves.
Dia 1
Os dirigentes do PAIGC
Os dirigentes do PAIGC
Dia 2
Os colonialistas... e a polícia política.
Mas, a final, em que é que ficamos, Primeiro Ministro José Maria Neves? Estamos todos à espera que nos venha dizer, a nós, o povo, quem foram os autores morais (os mandantes, como se diz no Brasil) da morte de Amílcar Cabral. Sabemos que sabe, e por isso deve dizer o que sabe; até porque a insinuação de que duas pessoas que foram Presidentes da República de Cabo Verde (além de outros que detêm ainda hoje responsabilidades ao nível nacional e são honrados como combatentes da Pátria) são ou podem ter sido os autores morais do homicídio de Amílcar Cabral é razão para causar um alarme social considerável e resulta danosa para a imagem do país no exterior; a não ser que tal resulte de uma justa e desejável clarificação histórica. Sobre Aristides Pereira, Pedro Pires e os então dirigentes do PAIGC recaiem as suspeitas (nihil novi sub soli) que urge clarificar.
A constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ou de uma Comissão Independente de Inquérito ad hoc para clarificação desta situação que é, a final, parte substancial da nossa memória colectiva mais recente é um imperativo. A sociedade cabo-verdiana já não é, totalmente, composta de frutos da OPAD/CV ó Primeiro Ministro José Maria Neves... Mas teremos parlamentares "com colhões" (passe o vulgo da expressão) para pedirem, imediatamente, a constituição de um Comissão Parlamentar de Inquérito? A ver vamos... pois está visto que, ao contrário do pretende, legitimamente, Carlos Veiga, o Primeiro Ministro não irá se pronunciar sobre esta matéria, pelo menos como o líder da oposição deseja. Mas, não se lembra da bombas pré-eleitorais da ligação da oposição ao PAICV ao "tráfico de droga" e aos males da ELECTRA à "sabotagem" do MPD e seus simpatizantes?
É necessário desconstruir o discurso do Primeiro Ministro José Maria Neves, que, durante algum tempo pensei ter um problema de comunicação... mas acabei concluindo ser, o Primeiro Ministro de Cabo Verde, um demagogo primário. E isso é tão perigoso e pernicioso como a intriga política. E tem razão numa coisa: pouco importará quem vença as eleições presidenciais; ele, José Maria Neves, sairá ganhando; pois até já terá garantido a Aristides Lima que terá uma boa relação com este na Presidência (caso este ganhe, claro está...). Namorando o inimigo, José Maria Neves... Intrigante? Nem por isso; nem por isso...
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