terça-feira, 25 de outubro de 2011

  • AETERNAE MATER
Um dia todos entenderão que os ditadores também têm direitos humanos; sim, um dia todos entenderão que a democracia, e os valores da dignidade humana, não se impõem nem se decretam pela força.

Um dia todos entenderão que a única forma de se vencer a barbárie e o mal é não ceder à tentação de agir da mesma forma; a não ser um discípulo de Talião.

Um dia todos e entenderão que o Mundo não é a preto e branco no plano ideológico, e que devemos ser plurais na defesa da identidade e liberdade retórica do outro, e morrer por isso se necessário – como dizia Voltaire.

Um dia todos entenderão que pela razão todos os preços são poucos, e que somente estando nas pégadas do outro o entenderemos.

Um dia todos entenderão que o facto de sermos criticados não nos torna menores como pessoas mas indica-nos caminhos alternativos, e que se formos humildes o suficiente perceberemos que a humanidade é um arco-íris ético que merece ser preservada; e que todos podemos aprender uns com os outros, que é a diversidade que torna o Mundo e a humanidade aquilo que é.

Um dia todos entenderão que prescindir da alternativa do outro em razão do que pensamos ser «A verdade» é o maior perigo para a liberdade humana.

Um dia todos entenderão, fatalmente, que a dignidade das pessoas não necessariamente que ver com o garantir o seu ganha-pão mas com o que são como pessoa.

Um dia todos entenderão que um Homem nunca se dobra; e que por dentro todos são gigantes com pés da sua natureza.

Um dia todos entenderão o que significa construir o futuro, mas já lá estarão; e não poderão fazer nada para o seu.

Um dia todos entenderão o que deve e pode ser entendido; mas então o tempo terá feito o seu juízo. Isso é a eternidade; a mãe de todos mas que somente ama alguns – os que não pode esquecer.
---- 15-10-2011

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