quarta-feira, 19 de outubro de 2011

  • O OUTONO DOS VALORES
O Governo de Passos Coelho e o FMI estão a destruir o Estado Social de Direito democrático... e todos seguem assobiando para o ar. Violam-se direitos fundamentais em nome de uma ordem económica e de um Défice Público que, parece, se não se cumprir com a meta x, y ou x alguém morre. Mas quem?

Sacrifica-se a ordem social e a ordem jurídica. Instala-se a crise de facto e a psicológica (esta é a pior de todas) e o consumo e o investimento – motores da economia – irão desfalecer, necessariamente. Mas isso são decisões politicas, sujeitas às leis económicas e aos caprichos do mercado; e não devem brigar com os direitos fundamentais dos cidadãos – nomeadamente coma propriedade. É o bê-á-bá da cartilha liberal, ó céus!

A desconsiderar dos direitos adquiridos, a afectação do conteúdo essencial do direito de propriedade (diminuição de salários, de subsídios de férias e de Natal), a prescrição cirúrgica da autonomia contratual com o aumento unilateral e ex lege do horário de trabalho, a violação do princípio da não regressão dos direitos fundamentais… tudo acontece com o Outono. Mas os valores não devem ser prescritos pelo mero interesse económico. Ou será que o Ethos constitucional Português foi prescrito sem mais, e que o que conta é o interesse económico e nada mais? Pacta sunt servanda, sim; mas não com o sacrifício excessivo dos cidadãos, nomeadamente dos mais necessitados. Pacta sunt servanda, sim; mas não com o sacrífico dos valores em que assentam a ordem social e constitucional do país. O Governo de Passos Coelho inverte as coisas: é demais Estado onde deveria ser mínimo e é mínimo onde deveria ser mais Estado.

1 comentário:

Ariane Morais-abreu disse...

La totale inversion des valeurs... une catastrophe pour l'humanité!! et pas seulement pour la société portugaise. C'est facile de toujours s'attaquer aux plus faibles! Le Portugal est devenu un pays faible et vulnérable au même titre que les individus.