sexta-feira, 16 de novembro de 2007

ORFEU RESSURECTO

Quando em ti morreu
o amor, apareceu. Ressurrecto
de mão e lira no bolso
a cachear estrelas morenas,
a descobrir coisas sujeitas,
liberdades e garantias fêmeas
na fronteira magna cuum laude
do teu prazer recôndito
– ardósia quando era flor,
dizia à Lua confidente e ausente
em idos de Novembro setembrino,
Shamahym ajoelhado de ti,
e capim fresco nas bordas de um Sahara
a trilhar lira arcana, rota curva e contra-curva,
hora tardia de saudade sem idade,
ele mesmo incubado…, dizia...

Quando morreu em ti
o amor, de bordão franciscano,
alma de shadu e sardónia,
arrancou o nome dos nomes
do seu fôlego – eis que
do Zoe YHWH ermerges tu em letra
como no Crátilo arquétipo de si.

Tirou as mãos do bolso,
libertou as estrelas para passerar em Andrômeda,
e, de lira liberta, renomou-se Orfeu
e tinha uma caminhada a fazer.
Virgilio Rodrigues Brandão, 16.11.2007

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