sexta-feira, 9 de setembro de 2011

  • DO LAMENTO AO JÚBILO DA REPÚBLICA
Dentro de momentos, com a tomada de posse de Jorge Carlos Fonseca como como o IV Presidente da República de Cabo Verde, a normalidade constitucional será restaurada no país, depois de uma década de penumbra constitucional e seis meses sem Presidente com sustentáculo constitucional bastante; uma mancha negra na história constitucional da nação. E tanto silêncio sobre este anátema... envergonha-nos. O tempo concede(rá) coragem aos homens; e a história dirá, a seu tempo, da sua razão.

Na hora di bai de Pedro Pires, e num momento de júbilo para a nação e para os amantes da democracia – independemente das inclinações politico-partidária subjectivas – repristino um texto publicado em Liberal a 16 Outubro de 2005: A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – (DES)LAMENTOS DA PÁTRIA. É, para este cidadão escriba, mais do que um mero de memória; é um acto necessário de cidadania.

A República estará presidida, dentre de momento, por um homem que percebeu que o povo precisa de um Campeão que defenda os seus anseios e lute pela concretização dos seus sonhos e, simultaneamente, defenda os seus direitos enquanto guardião da Constituição. Por isso – por ter sido visto como o guardião das instituições democráticas conquistadas e repositório de esperanças da nação num porvir mais luminoso – foi eleito; por isso tem um fardo pesado mas excelso sobre os ombros.

Que Jorge Carlos Fonseca tenha a sabedoria bastante, como diria Lao Tsé, de dizer a palavra certa na hora certa, e de tomar a decisão certa na hora certa; e com a coragem da independência dos homens livres. Que seja na presidência uma pessoa da República.

Que Jorge Carlos Fonseca tenha sempre presente que o Presidente é o primeiro homem da República (o primus inter pares do povo de Cabo Verde); e ela só é vituperada passando-se por ele. O guardião deve ser e estar atento; nada menos se espera(rá) do titular de tal função e de quem a exerce.

Que Jorge Carlos Fonseca tenha um Consulado presidencail mais feliz do que foram os dez anos de Pedro Pires. Começa melhor; sob os auspícios da não contestação do demo, da transparência democrática, sem leite derramado; e se existem lágrimas são de alegria da Democracia. Que ao júbilo se siga a razão como instrumento de realização da felicidade da República.

Que Jorge Carlos Fonseca seja feliz; como foi a sua caminhada.

Que Jorge Carlos Fonseca se lembre sempre que a sua Agenda e o seu Programa (ou Caderno de Encargos, como diz) é o cumprimento estricto e a defesa intransigente da Constituição, sem falecimentos e desmaios da soberania da razão em defesa da dignidade da pessoa humana e dos interesses da República.

Não se pede muito mais ao Presidente da República; um presidente em que me revejo pelos valores que defende e, mais: por representar a reposição da ordem e da normalidade constitucional. Creio que teremos uma presidência consciente de que é necessário consolidar a República democrática e o Estado de Direito democrático; e tal demanda e demandará o regular funcionamento das instituições democráticas (inclusive as que, constitucionalmente consagradas, não funcionam).

O caminho faz-se caminhando, dizia bem Mário Benedetti.  

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