sábado, 6 de agosto de 2011

  • ESCLARECIMENTO LEITEIRO EM MIL PALAVRAS

Tenho de fazer um esclarecimento; um esclarecimento leiteiro, pois por vezes, ao contrário do que se diz, um desenho, uma imagem, não chegam. Por isso, aqui ficam mil palavras para acompanhar a imagem leiteria que não foi o bastante para passar a mensagem de cuidado.

Pedro Pires, depois de «vencer» as eleições presidencias de 2001 com votos de mortos e outros comprados (o candidato Carlos Veiga «perdeu» por 12 [doze] votos), como, ademais, viria a ser provado e declarado em Tribunal e com provas inequívocas daria mão à palmatória. Instado a pronunciar-se sobre a matéria por a um jornalista cabo-verdiano então no Brasil, afirmou (sobre a questão da fraude eleitoral de 2001) que «não valia chorar sobre leite derramado». Manuel Inocêncio Sousa e Aristides Lima (o agora dissidente do PAICV, auto-denomindado de «candidato da cidadania») estavam com ele, e conhecem a história da fraude eleitoral.

E Aristides Lima, que esteve com a máquina partidária do PAICV que levou Pedro Pires à Presidência está com medo de que «as consciências sejam compradas» (isto é, que os votos sejam comprados) e, uma vez mais, se venha a «chorar sobre leite derramado». Ele, Aristides Lima, sabe do que fala. Pena é ser somente agora, quando pensa poder ser prejudicado. É, ao que parece, uma cidadania circunstancial e de interesse (como os casamentos de interesse, os casamentos brancos que nunca o são: duram enquanto o fim não é alcançado).

O país está tão chupado que já não há leite para ser derramado, mas há consciências – por causa da situação de necessidade a que foram remetidas por uma condição de miséria estruturante que o Governo se mostrou incapaz de resolver – que podem ser «compradas» por causa do Estado de necessidade em que se encontram. É um técnica política arcana; nada de novo: cria-se uma situação difícil, e depois beneficia-se com ela. Cria-se a situação, alimenta-se a sua insustentabilidade até aparecer-se com a situação milagrosa... de salvador. Mas por vezes acontece o efeito boomerang ou factores exógenos retiram o controlo programado das mão dos manipuladores e a surpresa acontece. Que os cidadãos digam não à compra de votos, que não tenham medo de perder os empregos; e não premeiem quem só agora reconhece esta prática que todos sabemos ser a do PAICV. Se não estivesse do lado errado da barricada, nunca diria que os votos são comprados, e que os cidadãos são coagidos a votar com medo de perder o emprego...

2 comentários:

Anónimo disse...

A Maria Leiteira ja tinha percebido!!!

Virgilio Brandao disse...

Estou mais descansado, assim sendo. :-)