quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

  • A GRANDE FESTA

Está o mundo pejado de tudo.
Só não há excesso de felicidade,
como há da dor.

O menino, quando nasceu
perseguido em todos os lados do Mundo
predestinava a morte da morte
e o seu sonho era um buraco negro;
o mesmo que se escondeu
na carapaça da tartaruga da Boavista
que ontem cruzava os oceanos
e hoje a noite será festa.

Diz-me que também o bacalhau
tem filhos, família.
Mas que importa isso, ó pedaços de terra?
Não nasceu o menino para morrer,
para por um fim a este universo?
Começamos assim, em festa, até que,
um dia, comemos Deus.
--- Virgílio Brandão

Imagem: Naphtha -- Uriy Kakichev

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