domingo, 28 de outubro de 2007

PARTO DE SAUDADE

Escutava em mim o emigrante:

«Mas como parir-te filho sem ventre
senão palavra que te gere
na imagem de som e de sonho?
Como dizer-te
- sem te ver olhos e alma -
que da beleza és o aroma dos jasmins?
Como ler-te e encontrar o meu sentido de ser
se ainda não te transformaste
na leitura do anseio?
A tua ausência, a tua inocência silenciosa
- gritou ontem a minha alma -
é o pior dos venenos.»
Entretanto, na tua recordacão vou parindo-me.
Virgilio Rodrigues Brandao

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