Aos amigos d’A República
- RES PÚBICA
as chamas da eternidade em anónimos,
Priapo reinava: supremo,
legava sonhos às virgens dos orgasmos.
A pedra nua, esmagada por cinza e lava
— ruína, dizem os inocentes… —
testemunha amores desesperados antes do sémen
da terra deixar nos teus olhos
a cor e o odor da beleza dos gemidos.
Dizem-me as constelações vizinhas
que Priapo morreu na cidade uxori;
mas eu, eu que atesto a tua dor e o teu doce olhar de horror,
sei que o teu paraíso em fogo ressuscitou Deus
e lançou-O líquido e puro entre as margens do Nilo.
---- 05-10-2010
Virgílio Brandão
Imagem: Priapo — Villa dei Vieti; Pompeia
2 comentários:
Belo Poema Virgilio.
Existe um poema: Venus e Príapo de Alberti, também um poema con cojones.
Abraço.
Tchalê
Obrigado Tchalé; é bondade tua, olhos amigos.
E sim; o poema incestuoso de Alberti é um belíssimo poema...
Abraço fraterno
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