quarta-feira, 20 de outubro de 2010

  • A CULTURA DA FILI RESPRIVADA

Essa do Presidente da República, Pedro Pires, nomear a irmã — Edeltrudes Rodrigues Pires Neves — para o Conselho da República não lembra nem ao Diabo! Mas também não lembraria a Iblis que o Primeiro-Ministro nomeasse o irmão para gerir uma das maiores empresas do país, e que em vez de a salvar coloca-lhe uma pedra ao pescoço para o afogar na laginha; nem que o Ministro das Infra-estruturas, Transportes e Telecomunicações, Manuel Inocêncio Sousa, tivesse o filho à testa de uma das maiores empresas da área que tutela; ou que o filho do José Brito, Ministro dos Negócios Estrangeiros, ganhasse o concurso para dirigir o Millenium Challenge Account em Cabo Verde… Ah, não me convidem para concursos tabelados. Não! Em terras com democracias consolidadas dão-se nomes a estas coisas, e existem consequências jurídicas e politicas paras os mesmos. Mas em Cabo Verde não! É tudo sab p’kagá… Cabo Verde é uma terra macaronésica! Sim, para isso… o que ninguém vê nem quer ver.

Ah, e eu não vejo e ne, descotino a razão do Administrador da ELECTRA continuar de pedra e cal na instituição que, claramene, não cumpre com a sua função. Alguém sabe? É que parece ter a função indexada ao cargo do Primeiro Ministro… do país exemplar da África da estrela negra pan-africana (que o Primeiro Ministro José Maria Neves ou não sabe ou finge que não saber o que significa…) de que somos os melhores alunos. Bem tem razão Carlos Veiga — que tem afinado o discurso, em particular no sector da Justiça — ao dizer que o termo de comparação deve ser outro. É que não vivemos numa res privada dos melhores filhos e seus filhos, não! Vivemos numa Respublica!

Imagem: Dali — Salvador Dali

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