terça-feira, 11 de janeiro de 2011

  • AS OBRAS EM CABO VERDE
           «O cais acostável de S. Vicente e o Porto Novo, em Santo Antão, a execução do plano rodoviário, a construção de aeroportos e pistas de aterragem, as obras de hidráulica agrícola, etc., são realizações que representam, sem dúvida nenhuma, um passo em frente — direi mesmo, um grande passo em frente.
          Não basta, porém, materializar obras. É preciso tirar delas resultados.
          […]
          Ora, não há dúvida de que se empregou muito dinheiro em Cabo Verde. Todavia, o que acontece é que, realizadas as obras, ou não se promove a sua reprodução, ou ficam aguardando o necessário complemento para a sua rentabilidade, sendo certo que alguns empreendimentos, lançados com todo o entusiasmo, ou não têm continuidade em ritmo apropriado, ou são abandonados, depois de grandes despesas, tornando-se inúteis.»
          ----- Bento Levy, deputado por Cabo Verde em intervenção no Parlamento do Estado Novo a 18-03-1964 (gosto deste ano!).
---------- in Virgílio Brandão: «Sol, Mar e Vento — Fundamentos do Desenvolvimento. Cabo Verde no Parlamento do Estado Novo II» (edição para breve).

PS: De notar que as realizações a que se refere este mui ilustre cabo-verdiano se devem, em grande parte, ao labor de um outro não menos ilustre mindelense: Adriano Duarte Silva, aquele que o Primeiro Ministro José Maria Neves e o Ministro da Saúde, Basílio Mosso Ramos, mandaram destruir a sua casa em S. Vicente. Lembram-se?

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