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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011
- ENQUANTO DURA O INFINITO
Luceat lux vestra – diz.
Ele que é poeta, ouve do projecto:
«Ver mais do que vêem os demais
é uma dor
e a minha voz é uma decisão
urgente; como a tumba de Salomão
que se construiu para os filhos e os servos
de mãos e razões suadas
olhando o bem de um outro Urias
que não era soldado,
e muito menos casado
(coisas que matam sem mais)
mas somente amante
e filho da mais bela e necessária das coisas.
E amava esta.
Ver mais do que vêem os demais,
é uma dor.
E hoje, imagine…
Tenho os olhos de Deus,
e vejo-to;
vejo-te ainda verde
como a necessidade do pão
e da glória
que esqueceu o Infante do Monte Cara
e glorifica o seu neto, de seiva
da mãe que nunca matou
na mata,
na urbe destino
ou na meninice do povo da união
rato e não consumado.
Ver mais do que vêem os demais,
é uma dor.
E dizer mais do que o outro na aurora,
o que poderá ser?
Abraça-me, vamos emigrar
para este infinito e ver o que dura
e enquanto durar a verdade dentro de nós.
Dizem que é uma estrada dura…
um asfalto de vozes,
uma papoila virgem de risos
que foi outrora a aurora dentro de nós.
Mas antes, deixe-me dar-te o manto de verme,
da humildade pedida,
pois não quero ir com Chopin e todos
levar-te vivo até 1888.
É que quero-te enquanto dura o infinto».
---- Virgílio Brandão
Imagem: A inocência - W. Bouguereau
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011
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Etiquetas: Durão Barroso, EU, Euro bond, Parlamento Europeu, State of the (European) Union
- O HOMEM QUE NÃO QUER SER PRESIDENTE
E povo, perante esta fraterna partilha dos poderes, o que diz? Para começar, viu, ontem, as cerimónias do funus de Aristides Maria Pereira e, por artes de Rasputin, procura extrair a essência da sapiência democrática do povo das ilhas hesperitanas, a alma da pessoa arquipélago. Coisa estranha esta, logo no povo que mais admiro na Europa; pela sua cultura e resiliência e particular ética existencial e consciência do belo.
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sábado, 24 de setembro de 2011
ESTELA CANTO E FELICIDADE
Redoma do meu umbigo,
primeiro útero
e mãe.
Lembras-me Estela Canto
nas penumbras tardes de Buenos Aires
à beira do café
com o tango dançando nos coretos
teus lábios de quinta-essência curva
e sorriso prenhe.
Confesso: lembras-me
porque me dói a alma,
todos os homens teus têm duas mães,
gemem quando amam
e procuram por ti sem saberem
– na verdade dizem-se ditames de dias novos
em corpo-longe.
Sim. Ah, sim. Lembras-me
que sou petros in natura
ansiando de trágico o teu riso em noite escura
apagada dentro de luz
em todas as auroras dos gemidos
que ficam nas sombras dos dias…
Sim, lembras-me Estela Canto,
as dores de parto letrino e de dentes
do poeta
e todos os anseios de amanhã
consumindo anos de mar refinado
para perceber de Deus em ti obra
e beijo que podem ser melhoradas…
Lembras-te de me lembrar,
ainda menino,
que posso ser melhorado?...
Recordo-me – expeliste-me de ti…
Lembras-me Estela Canto,
uma parte de Adão em Buenos Aires,
recortando sentidos,
apagando alma de amores,
criando caminhos do belo nas rasuras,
parindo luz numa íris cansada…
Será que sabia que daí chegava a ti
– ao teu Porto Novo e ao teu Fogo –
milho vermelho para construir seiva
para me gerar?
Lembras-me Estela Canto
pois nasci em ti, que foste apagando
o verde e dás sentido ao belo
mesmo nas noites escuras
e no medo cansado que espreita na voz
residente no teu ventre que também balbucia
como o poeta chorou em Genebra
e Buenos Aires quando eu nasci: Ya no seré feliz.
O que não sabe, é que é feliz!
Em ti…
---- Virgílio Brandão
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sábado, 17 de setembro de 2011
- O MESTRE DO POETA
O poeta, tendo gasto o crédito da juventude,
olhou para o mais importante
e disse ao seu amado Mestre:
«— Invejo o que já não tenho,
e sonho com o que já tive e curei
como barro; e era eu o Oleiro.
Cheguei a pessoa, mas não cheguei
para mais; bastava ser Deus...
sim, bastava-me ser Deus
e não cheguei a tempo de matar
o ouro
e a inveja de ti.»
E o seu amado Mestre
que havia percorrido o mesmo caminho,
olhava para ele,
para o mar de terra-longe,
petrificado numa estátua de ouro.
--- Virgílio Brandão
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terça-feira, 13 de setembro de 2011
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011
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domingo, 11 de setembro de 2011
- VOZES DE ATENTAR
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- A LONJURA DA CRUZ
Estou longe, longe demais
para poder dizer-te que és a semente de Deus
dentro de mim,
que esquecer-te é matar-me,
renegar a eternidade,
ser incapaz de saborear a doçura e o sal
que a vida é capaz de dar.
E o silêncio é lonjura,
a lonjura
que me diz que existe esperança
hoje, quando Deus acorda e vê
sementes de ârvores velhas que caiem
como os ribeiros sobre a fronte da chuva,
a juventude sobre o caudal dos dias,
a madrugada sobre o frio do crepúsculo,
a Lucrécia virgem...
o orvalho de uma tempestade de consciências,
o arrependimento que abraça o seu Deus
e ganha forças de leão,
o leão faminto da democracria
antes de alimentar a alma das gentes,
as gentes que se auto-crucifixam
ao Domingo
para nunca recuscitarem,
para nunca terem de necessitar do que são
no espelho negro do rei Sol.
A lonjura da cruz implora redenção...
mas Ele não deixa;
Ele não deixa...
pois há dias em que Deus é pão,
pão levedado
com raízes fundas de liberdade.
21.08.2008
Virgílio Brandão
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sábado, 10 de setembro de 2011
- EU E O MEU POETA
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- PALABRAS DE SABIDURÍA
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011
FASCINARE
O poeta sentou-se ao lado do poeta
que lia e sonhava Amiel è beira-rio,
e disse-lhe:
«Amado poeta, tu que sobreviveste a Filipos,
ao corajoso devaneio homicida da respublica
e a Lesbia mais que a tudo
sabes bem o que é amar...
pelo que compreendes a minha cupidez de amar
não o Céu mas mais do que os céus
e a terra fecunda de todos os deuses do demo.
Tu, poeta, sabes que fascinare
não é o que é, como as lagoas têm lodo...
e os sonhos têm humanas gentes a suportá-los...
e por isso são frágeis, por isso fenecem no medo
e ressuscitam na coragem.
Espera-nos um manã de aleluias,
e sei que chegará com o sorriso das manhãs,
a graça das noites quentes e doces
da luz piramidal das gentes pobres e sábias,
o aroma do ventre da terra visitada por Priapo
e que, púdica filha de segredos, disse:
— Bela chuva! Límpida água dos céus...
Mas nós, poeta, sabemos a verdade.
A terra é fecunda, e o que vemos nascer diz-nos
que há quem veja água e quem veja semente;
a semente que move o Mundo
e tudo.
Tudo se move com o coração,
mas a razão leva-a a quaternidade.
Isso, poeta, não é sonho;
é fascinare.»
--- 09-09-2011
Virgílio Brandão
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Etiquetas: my poetry
- A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – (DES)LAMENTOS DA PÁTRIA
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Etiquetas: Carlos Veiga, Pedro Pires, Repristinação
- DO LAMENTO AO JÚBILO DA REPÚBLICA
Não se pede muito mais ao Presidente da República; um presidente em que me revejo pelos valores que defende e, mais: por representar a reposição da ordem e da normalidade constitucional. Creio que teremos uma presidência consciente de que é necessário consolidar a República democrática e o Estado de Direito democrático; e tal demanda e demandará o regular funcionamento das instituições democráticas (inclusive as que, constitucionalmente consagradas, não funcionam).
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Etiquetas: Jorge Carlos Fonseca, presidência
- President Barack Obama on American Job’s Act
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Etiquetas: American Job’s Act, Barak Obama
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
- SECLUTION
A foice da lua cheia,
não; a última visão do meu tempo.
Que fria, a noite.
-- 06-09-2011
Virgílio Brandão
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011
- A LONJURA DA CRUZ
Diz e escuto o exilado de ti:
«Estou longe, longe demais
para poder dizer-te que és a semente de Deus
dentro de mim,
que esquecer-te é matar-me,
renegar a eternidade,
ser incapaz de saborear a doçura e o sal
que a vida é capaz de dar.
E o silêncio é lonjura,
a lonjura
que me diz que existe esperança
hoje, quando Deus acorda e vê
sementes de ârvores velhas que caiem
como os ribeiros sobre a fronte da chuva,
a juventude sobre o caudal dos dias,
a madrugada sobre o frio do crepúsculo,
a Lucrécia virgem...
o orvalho de uma tempestade de consciências,
o arrependimento que abraça o seu Deus
e ganha forças de leão,
o leão faminto da democracria
antes de alimentar a alma das gentes,
as gentes que se auto-crucifixam
ao Domingo
para nunca recuscitarem,
para nunca terem de necessitar do que são
no espelho negro do rei Sol.
A lonjura da cruz implora redenção...
mas Ele não deixa;
Ele não deixa...
pois há dias em que Deus é pão,
pão levedado
com raízes fundas de liberdade.»
21.08.2008
Virgílio Brandão
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domingo, 4 de setembro de 2011
- DEPOIS DA APOCATASTASIS
Imagem: Romulo Royo
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- SETEMBRO
O vento do verão, a noite...
esmagam-nos.
Dás-me a tua mão
e seguimos pelo deserto da beleza,
pela memória da terra...
Que belo irmão-semente de mim!
Que malhas de filho saudoso
trago dentro de mim...
enquanto morro com o despontar
de Setembro e escuto o meu Céu,
o que será o meu nocturno:
«Ó Fortuna... Deus dos sonhos,
deserdador-mor que És dos pobres, diz-me:
Serei folha ou serei árvore?
Eu, gostaria de ser Amor...
sonho, harmonia, água da vida, tudo
o que é impossível.»
---- 01-09-2011
Virgílio Brandão
Imagem: Rómulo Royo
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Jussit Amor; contra quis ferat arma deos? — Tibulo.
Das memórias da minha infância
escuto conselhos estranhos
quando já raramente vejo os meus sonhos
ao meio dia.
Uma delas, a que ficava sentada na Matiota
ao fim das tardes a escutar os magos de terra-longe
e a Sibila renascida no Mindelo
a aprender como se tece o coração de Deus,
vem dizer-me com o horizonte de jade das andorinhas
fêmeas das montanhas que amaram Li Po:
Onde há uma vontade há um um caminho.
E então o meu coração cede às palavras gentis,
olho para a beleza como é
e recordo-me que amar é a única forma
de sobreviver à eternidade
para quem falha Deus e o génio.
--- 02-09-2011
Virgílio Brandão
Imagem: Aviator, pipe by Alexander Ponomarchuk
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Etiquetas: my poetry, Virgílio Brandão
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
- AHORA TODO ESTÁ CLARO
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Etiquetas: Aristides Lima, Defensor do Povo, José Maria Neves, Manuel Inocêncio Sousa, Mário Benedetti, Pedro Pires
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Etiquetas: Aristides Lima, Pedro Pires, TCV
- A POTÊNCIA DA ELECTRA
Publicada por Virgilio Brandao à(s) 5:05:00 da manhã 0 comentários
- SAUDAÇÃO PRESIDENCIAL
Publicada por Virgilio Brandao à(s) 4:59:00 da manhã 0 comentários
Etiquetas: Jorge Carlos Fonseca