quarta-feira, 11 de agosto de 2010

  • AS LIBELINHAS E O IM DO IMPOSSÍVEL
Ontem vi um rato de quatro pernas. Pensava que os ratos estavam em vias de extinção, que tinham sido substituídos de vez pelos senhores do queijo. E fiquei espantado; eu que raramente me espanto. E lembrei-me de aconselhar o meu poeta:
— Os ratos, por vezes, retalham; e, outras ainda, roem devagar a carne dos adormecidos. E podem transmitir até mesmo a peste, a negra e outras de que são criadores.
Ó libelinhas, ó libelinhas… — anota o meu poeta; o meu poeta que anda com uma flor de lótus na alma que exibe às tardes enquanto a cidade ferve com ventos do Sheol e eu, eu pastoreio ratos da Lídia. Os ratos da Lídia, famintos, ainda não sabem que a natureza não é o im do impossível.

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