sexta-feira, 6 de agosto de 2010

  • A CEGUERIA POLÍTICA DE JOSÉ MARIA NEVES
Faz sentido que num país democrático o Presidente dos TACV proíba a distribuição de jornais nacionais na companhia de bandeira nacional porque estes – com ou sem razão, com ou sem justiça ao se pronunciarem sobre o mesmo nas suas edições – exercem o seu papel como órgãos de comunicação social? Não sabe o cidadão em causa que em democracia existem formas adequadas e legalmente reguladas para se reagir aos atentados contra a honra e a dignidade interna e externas das pessoas? Parece que não… ou então sabe e não acredita nelas, nas instituições da República; o que é mais grave ainda.

Há coisas que não fazem sentido, ou fazem demasiado sentido.

E faz ainda sentido pensar que o Primeiro Ministro ainda não tenha percebido e visto que o actual PCA da TACV (e o da ELECTRA!, v.g.), não vão lá?… Chegou a altura em que a responsabilidade deve(rá) ser aferida e assacada a quem manda, ao mais alto nível. Alguém tem de administrar colírio ao Primeiro Ministro José Maria Neves, pois teima em não ver (ou a não querer ver) demasiadas coisas que são uma evidência; e o povo não pode continuar a viver de promessas, e de utopias que os próximos tempos não permitirão concretizar sob pena de termos o país e o nosso futuro (ainda mais) hipotecado. O país real deve acordar! Antes que seja tarde, tarde para agarrar o futuro de bem-estar necessário.

A prova: Ouvi o debate sobre o Estado da Nação (o nome é eloquente!) na RCV, e parecia-me estar a escutar alguns dilectos discípulos do mestre Pangloss a falarem para o cândido cabo-verdiano como se o passado fosse o futuro. É possível um país melhor, sim! Mas não assim; não assim…

Depois de tanto e tão pouco para a realidade sonhada, esperada, exigida por cada poro do povo, de nós!, é hora de abrirmos os olhos, de dizermos: basta de brocardos e de enganos! É necessário continuarmos «a cultivar o nosso jardim.»

Imagem: Sleeping Putto, Perrault

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