quarta-feira, 18 de agosto de 2010

  • QUEIJO E COMPAIXÃO
A minha mania de aprender uma coisa nova todos os dias coloca-me, por vezes, em dificuldades. Ontem aprendi a fazer queijo com a minha irmã, e requeijão com a minha mãe – como a sua mãe a ensinou em Santo Antão. Ensinaram-me, mas não me deixarão por isso em prática! Pelo menos com elas por perto. Hoje, meditando um pouco, pensava nisso. E lembrei-me das palavras de Aung San Suu Kyi sobre o ensino do budismo na sua pátria: «Precisamos de muita compaixão neste Mundo. Mas gostaria de ver o nosso povo a colocar em prática a compaixão.»

Há, assim, uma relação ética entre aprender a fazer queijo e requeijão e fazer queijo e requeijão; entre ter compaixão e por em prática a compaixão. Tenho compaixão por todos os que fazem o mal de forma gratuita, mas será que serei capaz de por a minha compaixão por eles em prática? É algo que tenho de aprender, um dia destes, a praticar com acções e não somente com omissões. Será um sonho adiado, como diz Langston Hughes? O certo é que hoje, hoje, tenho algo mais a aprender.

Imagem: Cipião Nasica, o Africano

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