terça-feira, 24 de agosto de 2010

 
  • PISTIS SOPHIA

Quando eu for Deus
vou colocar o teu sorriso
como atavio de mil luas em Andrómeda
e fazer do perfeito belo.

Quando eu for Deus
e abolir a dor da memória
não sei como irei sofrer por ti…
mesmo quando estás presente, como agora
quando não te vejo no plenilúnio do meio dia
e és toda a minha ilha-berço.

Quando eu for Deus
vou fazer o que fiz antes da aurora
dos tempos: enamorar-me-ei de ti
e colocar-te-ei num jardim de supernovas
para começarmos tudo de novo;
e abolirei todos os desejos
que não sejam tu, eu e os frutos
das raízes fundas da luz que nos une.
---- Lisboa, 24-08-2010
Virgílio Brandão

Imagem: Aria Giovanni

1 comentário:

Anónimo disse...

A priori a imagem é muito sugestiva, mas eu acho que o poema é muito lindo.