- A CORDA DE PAGANINI
No meu sono de Epiménides
escuto o meu poeta a viver-me na dor
das manhãs do Sábado:
«Sou o universo de Bhisma;
uma coisa tão grande e abissal
que Deus é a minha marionete primeira.
E pensa Ele que a ordem das coisas
foram geradas e não criadas
pela sua dança, pela sua liberdade
de ser verbo a libertar-se da luz
dos acordes de Paganini e uma corda.
Proslogion de todas as horas à espera
de ouvidos que ouçam
a pedra que piso: também já foi amor...
Que tragicomédia! o criador
não conhece esta pena que não se curva
para a quebra.»
---- Lisboa, 11-09-2010
Virgílio Brandão
Imagem: Crucifixo – de Kooning
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