terça-feira, 21 de setembro de 2010

  • ANJOS DA SERRA
O meu destino, se parar,
que seja no teu céu;
nos campos revoltos de sonhos
que do íntimo brotam em silêncio
como este rio brando que fende a serra
e beija as sombras de ouro e os olhares campestres.

O meu olhar é geométrico, sim;
é redondo como o sorriso da alvéola-amarela:
a minha casa, o meu mundo todo antes de ti.

O meu destino, se parar,
que seja no teu céu, murmúrio dos anjos
da Serra que cai sobre mim
com a aurora em mirra perguntando-me:
“Que haverá de mais belo, além mim mesma,
do que despertar o planalto do coração
e o povo em bruto?”
---- Sertã, 19-09-2010 (07:02 a.m)
Virgílio Brandão

Imagem: Fotografia de exposição múltipla de Marcel Duchamp (1912)

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