domingo, 23 de setembro de 2007

A Malcolm X
  • O IMAN DAS HORAS
Todas as tardes,
o Iman das horas
segue os passos descalços
da sua alma nua
– procura o oriente sem ver
as marcas de espelho da sua senda.

Tinha, também, dez anos
em Nossa Senhora da Luz
quando beijou o primeiro regaço,
a primeira ingratidão comeu
e aprendeu, como tu
– bom tem de ter sombra e dor,
dizia-lhe a mãe –
que o tempo cura como Galeno
e há sempre hora de ter mãe
e de procurar os passos perdidos
em nós memória.

No exílio do ventre
pastoreia sentidos e é o Iman
das horas que constrói;
não pode é parir os olhos de Deus
- lamenta-se o buscador ajoelhado.
Virgílio Rodrigues Brandão, 23.09.2007

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