quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

  • VANITAS VANITATIS

Dizia, o sábio Coélet, filho de David e rei em Jerusalém, a cidade santa (Eclesiastes, I.1-8, 19):

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«Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;

tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;

tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;

tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

[...]

Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é vaidade.»


E se tentássemos, ao menos, ser bons? Morrer não custa, viver sim.


Encontrei-me com o Vadú no Café Mindelo, na Rua de Portas de Santo Antão em Lisboa. Era fim de verão. Conversamos um pouco, na companhia de amigos comuns; e bebemos não me lembro o quê. Tinha pressa, tinha de ir escolher uma roupa para um show, e não sabia o que escolher. Pediu ajuda a uma amiga. Ela acedeu. Eu fiquei, a beber não sei o quê. E lá seguiu o Vadú, com ar de artista que vai indo, devagar, na pressa de desaparecer. E foi.


Imagem: Vadú, num espectáculo algures em Cabo Verde.

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