domingo, 28 de março de 2010

| O VERME E A LEPRA DOS TEMPOS

Lembrei-me de Herodes estrangeiro,
e dos filhos de que foi prévio Ugolino
e Marco Aurélio antes do poder tornar este sábio.

Foi ludi de Adonai mostrar-lhe que somos
— a final, e segundo sonhos tetragrámicos de nós —
todos vermes e subespécies?

O meu poeta, que anda na Universidade
e está prestes a receber o título de El Eloha, diz-me:
«A beleza aspiramos de dentro de nós
mesmo quando a omnipotência retira-nos a essência
e de uma Séfora esfíngica, adormecida — apontada
como raia do mosto, heres de opróbrio da marca —,
sai a causa da crosta branca, venosa e maldita dos irmãos
mosaicos que viram a Lei antes dela chegar à tábua.»

Ah, o sal dos tempos!
A roda Maia circula nos céus, esvoaça…
Uma borboleta, antes do verme — somos.
------ Virgílio Brandão

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