| DESPOLITIZAR A EMIGRAÇÃO E O NOVO JORGE SANTOS
Jorge Santos disse à RCV, na sequência da sua visita ao Luxemburgo, que é preciso «despolitizar» a emigração. Sorri, ao ouvir as suas declarações. Lembrei-me da fábula da rã e do escorpião. Boas intenções, mas o inferno está cheio de boas intenções — assim como o Mundo de injustiça. A despolitização da emigração há muito que deveria ter sido feita, mas basta ver Sidónio Monteiro — o Ministro Adjunto do Primeiro Ministro com a pasta da Comunicação Social — a ser nomeado como Ministro das Comunidades Emigradas a meses das próximas eleições para perceber que este discurso de Jorge Santos é bem visto do ponto de vista do timing mas que poderia e deveria ser mais incisivo e claro, pois o Governo e o PAICV estão longe de desejar e querer despolitizar a Diáspora.
Agora, e à margem deste facto, confirmei uma coisa: o Jorge Santos tem tido um discurso mais consentâneo, mais sustentado e sereno, mais de acordo com o de um líder do que aquele que teve durante o período em que liderou o MPD. Não é que isso seja, para mim, estranho de verificar; o que acontece é que uma postura análoga — e outros pozinhos de chá, estratégia e uma Comissão Política mais solidária — poderia ter salvado a sua liderança e evitado a quase inevitabilidade do retorno de Carlos Veiga à liderança do MPD. Agora, certo é que, em politica como na natureza, raramente a mesma água passa pelo mesmo rio, a não que se transforme e espere o ciclo do Tempo.
Imagem: Jorge Santos, Tony Blair e António Capucho
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