quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

  • D. DULCINEIA DEL TOBOSO II
Não sei escrever uma única palavra
sem nela derramar a tua essência,
a pejada e coberta Lua nossa…

Dizem-me que procuro-te
nas madrugadas do verbo que é nosso;
que há uma cópula silenciosa,
uma novela de gemidos em ti quando te escrevo
e que todo o Mundo cai
se me albergas no teu silêncio,
se ganho sentido no impossível…

Mas tudo é bem mais simples,
se não te busco ó porta; encontramo-nos
e nos perdemos, sempre…
pois o nosso Amor é raiz imensa,
grande demais para os dias,
para a vontade de Deus,
para ser esquadrinhado só com palavras,
só com sentimentos…
pois a dor de ti é o paraíso.
-------, 08-12-2010
Virgílio Brandão

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