sexta-feira, 18 de junho de 2010

  • O MEU POETA E DEUS
Escrevia um poema em verbo dos três Miguéis, quando, de repente, sou interrompido.

— VB, por vezes deveríamos fazer de Deus… — diz-me o Meu Poeta.
— Deverias escutar os oráculos e o teu coração, Meu Poeta…
— Ah, escuto; sim! E um dos teus favoritos, e o teu coração! ó VB…
— Pois…
— Lembras-te, VB, do que Teresias dizia a Creonte?
— Sim…
— Então, faço de Teresias e pergunto-te: «Em que medida a maior riqueza é ter juízo?»
— A maior riqueza, Meu Poeta, é amar a Deus e a sua criação; e deixá-Lo com o juízo que deve deter sobre esta, mesmo quando, como tu, se é devidamente tentado a fazer as vezes de Deus.

O Meu Poeta quedou-se em silêncio, e eu vou voltar a escrever o meu poema e seguir a cultivar o meu jardim. Mas fico a pensar: «Em que medida a maior riqueza é ter juízo?» As raposinhas são verdadeiramente perigosas… e por isso se deve ter guardas armadas às portas do coração e lavrar o bem no entendimento.

Imagem: Solidità della nebbia — Russulo (1912)

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