segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O PORTO DAS PEQUENAS COISAS

Cidade do Porto ao anoitecer. Tem fama de ser escura, o Porto - mas é somente para quem não tem outros olhos que não os do preconceito. Chego a pensar que a culpa é dos mouros que a quiseram transpor ao seu universo, como se o mundo fosse uma paleta de cores... Acontece algo análogo na alma das pessoas; e renova-se ou transmuta-se, agora que a noite é quase a terra de Mogli.

A visitar - o Porto. Há que, pelo menos uma vez na vida, subir o Douro de barco depois de um copo nas caves do Vinho do Porto; na volta - assim é que se verá a ribeira, ainda com a alma extasiada com a beleza dos lábios do norte dourense...

Mas há mais, no interior - algo que só os nativos da noite perscrutam. James Baldwin, dá-nos uma ideia sobre essa realidade da cidade e de nós:

«[…] And it seemed to me, too, that the violence which rose all about us as my father left the world had been devised as a corrective for the pride of his eldest son, I had declined to believe in that apocalypse which had been central to my father's vision; very well, life seemed to be saying, here is something that will certainly pass for an apocalypse until the real thing comes along. I had inclined to be contemptuous of my father for the conditions of his life, for the conditions of our lives. When his life had ended I began to wonder about that life and also, in a new way, to be apprehensive about my own." (James Baldwin, Notes of a Native Son, 1955)».

1 comentário:

José Figueira, Júnior disse...

Acho o blog excelente ! Muito obrigado por terem conseguido relançar a nossa boa Radio-Terra Longe. So que gostaria se imparcialidade houvesse nas criticas de ordem politica relativas ao nosso Cabo-Verde para que hja moralidade! Nosso grande combate actual.Pois queremos um Cabo Verde melhor para nos todos Caboverdianos na Paz e Harmonia...