~ Raul Castro ladeado por Fidel Castro e Che Guevara (1960) ~
A Assembleia Nacional cubana acaba de nomear Raul Castro como o novo Presidente de Cuba. Fidel Castro, como o mesmo disse, não faz um «adeus às armas» mas trocou-as por outra – a da escrita.
Na Sexta-feira (22.02) foi lida na Televisão cubana um longo texto do agora ex-Presidente e, um pouco por todo o mundo, consegue-se ver e ouvir reportagens da imprensa estrangeira com pessoas a admitirem alguns constrangimentos à sua liberdade de expressão.
Coisa impensável ainda há pouco tempo. Vem aí um tempo novo em Cuba? Raul Castro, ao contrário de Fidel Castro, terá um capital de confiança no panorama internacional que poderá vir a levar ao levantamento do embargo a Cuba. Mas, não se pode esquecer que o mesmo é um ortodoxo da revolução – alguém que não se vergará à «vontade imperialista» e que Patria o muerte é mais do que um mero slogan revolucionário.
Na verdade, a sua fidelidade à revolução e ao irmão são de tal ordem que me atrevo a dizer que trocou somente de posição na estrutura do partido: Deixou de ser a sombra de Fidel para passar a ter Fidel na sua sombra.
Procurará uma media via para sustentar o futuro depois de Fidel Castro? Penso que sim, mas com extrema prudência. A grande questão é saber se Raul Castro – depois da madureza da vida e de descobrir a realidade da praxis revolucionária – ainda acredita nos ideários revolucionários que o levaram às armas, à prisão e à Sierra Maestra.
Paradoxalmente, esta mudança na «ilha comunista» poderá vir a ter influência decisiva nas eleições presidenciais norte-americanas – nomeadamente no seio dos hispânicos. A ver vamos…
Raul Castro, estará destinado a cumprir com o destino da Revolução? Se considerarmos a natureza humana, de acordo com um critério de normalidade, isso deve estar a passar-lhe pela cabeça nesta noite que não deve ser de festa mas de tormento sob o peso da responsabilidade.
- Para escutar: mms://radioterralonge.homeftp.net/radio terra-longe
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