ZONAS URBANAS. QUE ÁFRICA?
Segundo Relatório da ONU de 26.02.2008, até o final do ano do corrente ano de 2008 cerca de 50% dos 6.7 biliões de pessoas do mundo viverão em zonas urbanas – em cidades. De acordo com essa previsão de crescimento demográfico, essa concentração dar-se-á, na sua grande, maioria em África e na Ásia.
O que dizer que se verificará um êxodo rural com a consequente desertificação humana das zonas do interior e, eventualmente, com maior empobrecimento das mesmas e com consequências – certamente dramáticas – na produção de alimentos e consequente desertificação das terras. A China – em razão do seu crescimento económico galopante – deverá ser vista de outra perspectiva, parece-me.
Segundo o mesmo relatório, o crescimento urbano estimando em África deverá ser o triplo da actual população urbana, passando dos actuais 340 milhões para os 900 milhões nos próximos 40 anos – mesmo considerando que o continente africano é o menos urbanizado de todos.
Ainda de acordo com o mesmo documento, existem três componentes do crescimento urbano a serem considerados: a) o crescimento natural; b) a transferência de populações das zonas rurais para as urbanas por via das migrações; e a c) reclassificação das zonas rurais em zonas urbanas. Ainda que cerca de 60% do crescimento urbano se deva ao crescimento natural.
Este documento não considera o efeito das migrações internacionais (emigração) nas zonas rurais – aliado a reclassificação das zonas rurais em urbanas em países essencialmente agrícolas e com uma indústria incipiente – como é o caso dos países africanos.
Estes são, per si, factores de empobrecimento do continente – não somente no plano económico (v.g., perda de produtividade e competitividade em termos de mercado internacional – por via de perda de terrenos de produção) como social e científico (emigração de mão de obra e de quadros qualificados expulsos por via de uma competitividade num espaço incapaz de os absorver ou pelos baixos salários praticados).
Este estudo – que se centra na questão do crescimento das polis e das suas estruturas urbanas – deve alertar-nos para estes outros aspectos estruturais e pensarmos em África de uma forma mais sustentada, global e projectada no futuro. Se assim não for feito, o risco que se corremos é o de virmos a ter uma África cada vez mais pobre do que aquela que temos.
Não é por acaso que os romanos inventaram a ideia de reforma agrária no norte de Àfrica ou de existir na modernidade uma ideia adormecida e que tarda em vingar como é do fim social da propriedade (como defende a Constituição Alemã 1948). Os romanos tinham em vista evitar a desertificação do norte de África e conseguiram-no no seu tempo – de tal modo que ela era o celeiro do império romano.
Segundo Relatório da ONU de 26.02.2008, até o final do ano do corrente ano de 2008 cerca de 50% dos 6.7 biliões de pessoas do mundo viverão em zonas urbanas – em cidades. De acordo com essa previsão de crescimento demográfico, essa concentração dar-se-á, na sua grande, maioria em África e na Ásia.
O que dizer que se verificará um êxodo rural com a consequente desertificação humana das zonas do interior e, eventualmente, com maior empobrecimento das mesmas e com consequências – certamente dramáticas – na produção de alimentos e consequente desertificação das terras. A China – em razão do seu crescimento económico galopante – deverá ser vista de outra perspectiva, parece-me.
Segundo o mesmo relatório, o crescimento urbano estimando em África deverá ser o triplo da actual população urbana, passando dos actuais 340 milhões para os 900 milhões nos próximos 40 anos – mesmo considerando que o continente africano é o menos urbanizado de todos.
Ainda de acordo com o mesmo documento, existem três componentes do crescimento urbano a serem considerados: a) o crescimento natural; b) a transferência de populações das zonas rurais para as urbanas por via das migrações; e a c) reclassificação das zonas rurais em zonas urbanas. Ainda que cerca de 60% do crescimento urbano se deva ao crescimento natural.
Este documento não considera o efeito das migrações internacionais (emigração) nas zonas rurais – aliado a reclassificação das zonas rurais em urbanas em países essencialmente agrícolas e com uma indústria incipiente – como é o caso dos países africanos.
Estes são, per si, factores de empobrecimento do continente – não somente no plano económico (v.g., perda de produtividade e competitividade em termos de mercado internacional – por via de perda de terrenos de produção) como social e científico (emigração de mão de obra e de quadros qualificados expulsos por via de uma competitividade num espaço incapaz de os absorver ou pelos baixos salários praticados).
Este estudo – que se centra na questão do crescimento das polis e das suas estruturas urbanas – deve alertar-nos para estes outros aspectos estruturais e pensarmos em África de uma forma mais sustentada, global e projectada no futuro. Se assim não for feito, o risco que se corremos é o de virmos a ter uma África cada vez mais pobre do que aquela que temos.
Não é por acaso que os romanos inventaram a ideia de reforma agrária no norte de Àfrica ou de existir na modernidade uma ideia adormecida e que tarda em vingar como é do fim social da propriedade (como defende a Constituição Alemã 1948). Os romanos tinham em vista evitar a desertificação do norte de África e conseguiram-no no seu tempo – de tal modo que ela era o celeiro do império romano.
A queda do Imperium Romanum e a gestão desastrosa do ecossistema agrícola de África pelos colonizadores depois do Sec. XVI acabaram por dar espaço ao deserto e ao empobrecimento estrutural da zona norte-africana e espaço de influência – Cabo Verde em particular.
A pobreza ou o empobrecimento de África é uma fatalidade? Não me parece que assim seja ou deva ser. É mais uma questão de pensar-se o que queremos dela e fazer o que é necessário para o alcançar – pois o que não queremos é o que temos.
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