segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A SENHORA ORIANA A DULCINÉIA DEL TOBOSO
SONETO

Oh, quem tivera, formosa Dulcinéia,
Por mais comodidade e mais repouso,
A Miraflores posto em el Toboso,
E trocara seus Londres com tua aldeia!

Oh, quem de teus desejos e libré
Alma e corpo adornara e do famoso
Cavaleiro que fizeste venturoso
Mirara alguma desigual peleja!

Oh, quem tão castamente se escapara
Do Senhor Amadis como fizeste
Do comedido fidalgo Dom Quixote!

Que, assim, invejada fora e não invejara
E fora alegre o tempo que foi triste,
Gozara os prazeres sem limite.

~Dulcineia, Marcel Duchamp ~

  • Chove torrencialmente em Lisboa. Choveu toda a noite. Já tinha saudades da chuva, confesso. Mas esta está violenta; espero que se acalme pois o dia espera-me com impaciência. O Sol, ataviado de desejos, terá de ir na alma. E onde estás, Ó mar?...

    NOITE DE INVERNO EM LISBOA

    Conta-me chuva,
    as saudades do céu; diz-me sincera
    se o teu ser lágrimas
    é mensageiro de saudades
    ou de arrependimento; diz-me,
    causa das minhas lágrimas,
    que Deus já não é ingrato
    para o meu amado e devoto Mindelo.
    Diz-me, doce amante de sorriso molhado,
    que esta noite
    também passaste por Mindelo.
  • Virgílio Rodrigues Brandão

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