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O que eu pensava aconteceu: os bloguistas cabo-verdianos passaram ao lado deste facto: morre um dos seus representantes, e o seu silêncio é global, ferenda, lapidar, ingrata… direi mesmo. E depois, depois quer-se ter voz política (os que o querem). Bem, se calhar eu é que estou errado e na política só contam os que estão vivos, os que estão do «nosso lado da barricada» e a dor do «adversário» não é a nossa. Mas não! A dor da família de um Deputado da nação é, também, a minha dor. As suas lágrimas são, também, as minhas – aqueles de razão de sangue e afinidade, eu de gratidão por representar o povo e fazer o que este não pode fazer.
Pelo trabalho desempenhado em prol dos interesses da nação, certamente com sacrifícios pessoais e familiares consideráveis, o Deputado José Maria Barros merecia maior atenção por quem anda atenta e/ou se diz atenta, por quem quer chamar à colação os desatentos pelas coisas da República. Até percebo que isso passe ao lado de blog´s lúdicos e análogos, mas não daqueles que são de natureza política, para-política, análogas ou de políticos ou candidatos a políticos. Isso, não! Não percebo, de todo. É impressão minha ou, na verdade, a função de Deputado da nação e a sua dimensão e importância deve ser promovida no seio da comunidade nacional – a começar por aqueles que querem ser uma voz lateral do povo? Dá que pensar!
José Maria Barros, Deputado da nação cabo-verdiana, este cidadão saúda o teu labor em prol da República! Tivesses tu nascido numa nação grata… Avé, José Maria Barros! Cumpriste o teu papel de homem bom numa sociedade republicana: deste o melhor que podias e eras capaz para o bem da República. Obrigado!
Imagem: The Ignorant Fairy, René Magritte
6 comentários:
Tens toda a razão e na verdade os bloggers deveriam dar maior atenção a assuntos como este, mas infelizmente passou ao lado. Da minha parte, mea culpa.
Redy,
a morte de um representante da nação não é coisa que deva passar ao lado dos seus representados... Já tinha anotado uma situação de ingratidão análoga quando morreu o Luís Cabral.
Mas a vida é asim mesmo, e temos de ir vivendo com ela. E mea culpa, tua... nem por isso, pois até que fizeste referência à morte do deputado José Maria Barros (ainda que an passant). :-)
Abraço fraterno
Pela parte que me toca, nunca tinha ouvido falar dele. Aliás não conheço meia dúzia dos deputados cabo-verdianos e daqueles que conheço, desconheço por completo o trabalho parlamentar dos mesmos, as suas agendas e os manifestos enquanto servidores públicos.
Acho que a classe política cabo-verdiana não sabe comunicar e assim perdem eles e sobretudo nós, descambando, obviamente, naquilo no silêncio que você critica.
Os meus sentimentos à família enlutada.
Amílcar, concordo contigo. Mas não é só a classe política que sofre desse défice de comunicação - outras instituições públicas também.
Mas olha, Almílcar, como cidadãos temos o direito (senão mesmo o dever) de saber mais sobre os deputados para podermos exigir amis deles. E existem muitas, mas muitas formas de saber o que precisamos, como sabes.
Sinceramente, acho que todos os deputados deveriam ter um site para comunicarem com os cidadãos (ganham o bastante para isso), ou os cidadãos deveriam escrever aos deputados para saber da sua Agenda, e do que fazem em defesa dos programas apresentados durante as eleições. Quem não cumprisse com o prometido, seria sancionado no dia do voto.
Eu, por exemplo, não «chateio» os deputados eleitos na Diáspora porque não sei onde andam; eu nem ninguém (excepto os militantes dos respectivos partidos) consegue contactar com eles, a não ser em situações acidentais ou quando precisam do voto.
Não será tempo de sermos cidadãos mais exigentes - a todos os níveis - com os nossos deputados?
Abraço fraterno
Virgílio,
Concordo plenamente contigo, e subscrevo os teus argumentos.
No entanto, no meu entender, há mais uma questão: ele ser da ilha Brava.
Se ele fosse um deputado de São Vicente, Santiago ou Sal o destaque nacional seria outro. Enfim, precisamos rever estas situações, por vezes, gritantes.
Kel abraço fraterno!
Ruben.
Pois é Ruben... algumas coisas nunca mudam, como diria o escorpião.
Abraço fraterno
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