terça-feira, 18 de agosto de 2009

  • À UMA MULHER AMADA

Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.

Sinto um fogo subtil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
e pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo.
--- Safo

Imagem: Bacchante with Grapes, Paul Merwart

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