AS MASCARAS DA MORABEZA CABO-VERDIANA E SUBTILEZAS: «O AL BINDA QUE MORRA!»
A propósito de um ser que recusa a sê-lo e que se auto-baptizou como Al Binda, pergunto a mim mesmo: como é que pessoas inteligentes conseguem o milagre de confundir a nuvem com Juno? Ausência de colírio de razão, falência de percepção, a seu tempo descortinável – quando a chuva cair. Esse Al Binda incomoda muita gente, lá isso faz – a maioria das vezes sem razão de ciência ou qualquer outra, mas incomoda; como verifiquei ao ler uma notícia sobre Abílio Duarte no A Semana on line.
Li no diário on line, um comentário de «Jorge Alberto» (um renomado e respeitado político da terra que usa este e outros nomes como máscaras para fazer desabafos políticos que não pode [!?] fazer com nome próprio – o que até compreendo; em parte…) a dizer ipsis verbis:
«Mas já não se compreende tanta monstruosidade vinda de gente portadora de uma certa cultura, mas que, a coberto de pseudómino, aproveitam para se armarem em ignorantes para conspurcar a cidadania de todos aqueles que não leram pelas suas cartilhas. É o caso do Al Binda que, uma vez desmascarado, passou a utilizar o pseudónino de Underdoglas, para continuar a passar por ignorante, e poder dizer asneiras por má-fé, quando se trata de alguém que, basta que se saiba quem ele é, para ser desmascarado como um homem culto e conhecido por muita gente da sua geração. Só não divulgo neste fórum quem é esse tal de Al Binda ou Underdoglas, porque não me compete fazer isso, visto seria um desrespeito pela privacidade dos outros. Só que a continuar assim e se a pessoa não respeita aos outros, poderá também um dia desses não merecer o nosso respeito!»
Ora, quem não respeita os outros não merece ser respeitado (e sei que o Jorge Alberto, nem que seja por razões de formação e ideológica, leu Kant e conhece os imperativos morais deste), pelo que revelar a verdade e desmascarar um sepulcro caiado e mascarado não é violação de nenhum dever. Violação de um dever moral é saber quem é que ofende, ameaça e vilipendia cidadãos que dão a cara, que não se escondem nos vãos de qualquer coisa ou raios que o parte, e muito menos em discursos velados. Mas cada um é como é, e cada um vê o que é capaz e chega para ver; nem sempre «somos a medida de todas coisas», como diria Protágoras. Nossa S´nhora d´riôla rogai por nós! Coisas da natureza – dir-me-á o meu poeta.
Sei que o Jorge Alberto, também, não gostaria que se soubesse quem ele é – naturalmente. E o Al Binda, estou certo, se soubesse quem é o Jorge Alberto há muito que o teria gritado aos quatro ventos, em particular ao zéfiro do Leste antes de uma chuva serôdia. Há cerca de um mês escrevi uma Carta Aberta a um amigo – que, por acaso, é um amigo próximo do Jorge Alberto (esse andou a veicular, acintosamente, que eu era o Al Binda) –, e, como é do meu timbre, disse-lhe o que tinha a dizer e informei-o de que iria publicar a dita carta (pois é justo que as pessoas que convivem connosco saibam por nossa voz o que dizemos e pensamos delas). Pediu-me encarecidamente para não o fazer, e acedi ao seu pedido: as minhas razões eram e são menores que os prejuízos que lhe poderia causar. O que o «Jorge Alberto» não sabe, e agora fica a saber, é que, um dia destes, terá de dizer quem é o Al Binda – num tribunal qualquer. E terá de o fazer não como «Jorge Alberto» mas com o seu nome de baptismo; coisa que, certamente, não quererá nem desejará.
Por isso, ó M.I. «Jorge Alberto», fica aqui, sem subtilezas, um desafio ao cidadão responsável que é: diga quem é o Al Binda! E se achar que sou eu (já, noutra ocasião, perguntou a um amigo comum se eu era um outro mascarado – hoje percebo porquê, pois não entendia, até há pouco tempo, essa cultura de mascrinha e os seus objectivos); diga-o! Eu, da minha parte, prometo que não revelarei a sua identidade real – de forma directa ou indirecta – e apelo a quem o saiba para, do mesmo modo, não o fazer. Agora, esta forma de fazer política no anonimato não me parece coisa muita digna – como me disse em determinada ocasião, Cícero primava pela frontalidade; e quem é político deve, tem o dever de o fazer a todo o momento.
Cícero, ó «Jorge Alberto», se vivesse hoje faria o mesmo a Catilina, não usaria o pseudónimo, não! Afinal, se fosse o Almada Negreiros – o que era merecido mesmo era um «Manifesto Anti Dantas» a esse Al Binda; sendo certo que não me parece ser merecedor de tanto. Ratos, «Jorge Alberto», matam-se com DDT (já agora, use um pouco para si mesmo, suicide essa mascara e ressuscite para a luz do dia – para a arena da política «transparente»).
E essa profilaxia social, ó «Jorge Alberto», é feita, deve ser feita, de forma adequada e com verdade por toda a sociedade, por todos nós – uns com mais responsabilidades do que outros; e no seu caso tem responsabilidades acrescidas. Pois de outro modo, tenho de fazer-lhe a mesma pergunta que o Mário Matos fez, bem, no A Semana on line: «Dondê sociedade civil?» (deve perguntar ao Primeiro Ministro e líder do PAICV, pois não foi ele que disse – a propósito da visita de Hillary Clinton a Cabo Verde – que temos uma sociedade civil forte? Ah!, cogito: será que o Mário Matos começa a discordar do líder antes do tempo programado?). Não queira, ó «Jorge Alberto», ser um desaparecido ou naufrago social, parte de «uma geração representada por um Dantas» – como dizia Almada Negreiros. Assim, o Dantas, id est, o Al Binda «que morra». Pim!
É responsabilidade sua, a de «matar» o Al Binda e ressuscitá-lo para a luz do dia (se não o fizer é, moralmente, responsável pelas ofensas e afrontas que o mesmo venha a perpetrar contra os seus concidadão). Se sou instigador e possível autor moral deste «homicídio de pessoa moral»? Sim, assumo a responsabilidade de o instigar a dizer a verdade, a limpar o porão até de si mesmo: assuma, ó «Jorge Alberto», a sua responsabilidade social nesta matéria; pois outra coisa não é de esperar da pessoa atrás do «Jorge Alberto». Pim!
Também sabemos que os Al Bindas, Underdouglas e quejandos fazem-lhe um favor político pouco descortinável mas vital, não é, ó «Jorge Alberto»? Pim! Por esta razão, não tenho muitas esperanças de que venha a dizer quem é o Al Binda e/ou o Underdouglas; pois este ainda vai fazendo alguns favores políticos (se calhar sem se aperceber de que é instrumentalizado – talvez por inconsistência política e necessidade de «dar nas vistas») a ambos os lados da barricada. Enfim: somos um país de subtilezas e nem sempre somos capazes de as entender; daí existir uma fome larvar a alastrar pela nação inteira e que não é de pão...
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Imagem: Fernado Pessoa, Almada Negreiros
10 comentários:
Francamente advogado Virgil não percebo todo este ódio contra AlBinda;o advogado não diz que é um homem de Deus? Explica então porquê todo este roncor contra Al Binda.Ele não tem direito de ter um nick como as outras centenas de pessoas?
Alcides
Ódio e rancor, ó Mr. Alcides?
Acho que não percebeu nada do que escrevi...
Acho que sim, que tem direito, como os demais que usam usam «nick name(s)», pseudónimo(s) e anonimato; não tem o direito (ele e qualquer outra pessoa) de usar isso para ofender seja quem for. Se quer afrontar as pessoas, que o faça de cara descoberta. Ah, e nem se insinue que é quem não é... Percebeu, agora?
Fique com Deus.
Desculpa brode mas não estás a ser sério; sigo isto de perto e sei que a tua birra com albinda tem a ver com o vosso debate que perdeste e não tiveste frontalidade para assumir isto de leve animo. Deixa de falar mentira porque albinda não ofendeu ninguém, pelo contrario.
Ivete Morais
Sra. Ivete Morais, francamente! Convido-a, a reler o texto e a dizer-me onde está a «birra»… mas de que debate é que fala a Sra Ivete Morais? Se for o que estou a pensar, vejo que tem uma percepção muito, mas muito pobre das coisas e dos discursos.
Agora, a Sra, Morais – assim como todos os demais cidadãos – não têm o direito de, sob anonimato, ofender seja quem for. Quando não sabemos do que falamos o melhor é estarmos calados, para não nos equivocarmos, como faz agora. Veja, por exemplo, a verdadeira cruzada de vitupério feita contra o João Branco, por exemplo, e os impropérios usados pelo mesmo aqui neste blog a dada altura, até desertam.
Mas, entendo a Senhora Morais e o seu sentido moral, pois se não reparou que ao dizer para eu «deixar de falar mentira» está a emitir um juízo ofensivo, o que hei-de dizer do demais?
Tenha dias bons e, fique sabendo do seguinte: da próxima vez que colocar um comentário a chamar «mentiroso» seja a quem for, o seu comentário não será publicado. Aqui, há regras!
Não preciso de insinuar quem não sou porque eu sei que não sou Virgil. Se Al Binda utiliza nicknames para ofender pessoas, o que duvido, o que é que Virgil diz do artigo onde ofende os dirigentes caboverdianos quando os compara com corruptos, criminosos e cleptocratos africanos?
O que diz daquilo que Nuno escreve no LIberal chamando a poloiticos da praça ladrões, assassinos e outros nomes de aves?? Enquanto advogado Virgil não apoiou a um dado momento Nuno e as suas cartas abertas contra o governo de Cabo Verde? Não dialogou também com AL Binda a quem chamou M.I.? Tem que ser portanto mais coerente, Virgil!
Alcides
O Alcides anda, pelo que vejo, com a cabeça confusa (além de não perceber o que escrevo) e muito, mas muito mal informado.
Não chamemo para aqui quem não é chamado (e não confunda a minha educação com assunção de "razão" de seja quem for). Enfim...
Deus o abençoe.
Meus Deus, homem de Deus! Se eu não soubesse que és advogado eu duvidaria com esse escândalo que me faz sobre contar mentiras. Mas os advogados não estão habituados a ouvir as mentiras dos seus clientes?
Mas não vou bater mais nessa tecla, querendo apenas recordar-te que estaria na missa na nossa igreja no domingo. Ali terei o prazer de te dizer para esqueceres os ALBindas mas vou-te recomendar a leitura do blog de César para confirmares que quem ofendeu primeiro foi João Branco, que chamou sem razão nenhuma o nosso ALBinda de "cobarde". Informa-te melhor!. Pelo amor de Deus mais uma vez, homem de Deus, AlBinda nunca ofendeu primeiro ninguém, mas ele é duro nas respostas. Temos que ser objectivos.
Ivete Morais
Ivete Morais, que posso dizer?
Decididamente não percebeu o texto e não estou com paciência para mais.
Vejo que Legião anda por aí...
Adjectivar com razão (no sentido de quem ofende vomo resposta), é justificável... sim, Senhora, sim Senhora, muito me dizeis Vós. Enfim...
A «igreja»! pois...
Cuide-se, a Lua cheia há-se chegar.
:-)
Eu conheço uma pessoa que sabe quem é o vosso Al Binda. E o Al Binda sabe que essa pessoa sabe quem ele é e que eu a conheço...
Virgil, vou mandar para o teu mail uma coisa para levares no bolso para a tua igreja amanhã :)
Pareceu-me apropriado.
Vou na onda e fiquem com Deus.
Jonas...
Pelos vistos, sabes coisas (muitas) que eu não sei.
Agora, obrigado pelo e-mail! Merecederas de altar, sim senhor!!! Deus! obrigado meu...
:-)
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