- A CELEBRAÇÃO DO PÉNIS – QUANDO AS DEUSAS RETORNAM
Nihil novi sub soli. Os japoneses são, dos povos mais livres no que à vida sexual diz respeito. A cidade de Komaki, nas proximidades de Tóquio, tem uma celebração chamada Honen Matsuri, celebrada a 15 de Março e que chamam de Dia do Pénis – mas que é um festival de fertilidade do mundo rural nipónico que celebra não somente a fertilidade da terra mas dos homens e das mulheres. O que tem uma importância crucial, sempre teve, na sociedade tradicional e patriarcal japonesa.
Wenceslau de Moraes conta que certo cidadão japonês propôs acção de divórcio contra 13 (treze) mulheres com quem se casara com o fundamento de que eram estéreis e de que não lhe davam um filho (então fundamento legal para o divórcio no Japão nos princípios do Século XX). O tribunal japonês, que não tinha aos recursos técnicos da modernidade, nomeadamente as perícias de sangue e/ou do ADN, deu razão ao homem em todos os trezes processos consecutivos, e divorciou-o: as mulheres eram todas estéreis… essa foi a realidade, a verdade do direito.
Mas, ao contrário do que os ocidentais pensam: que este festival é uma extravagância japonesa, ela tem origens nas raízes da Europa rural. Em Roma – uma sociedade baseada no princípio do pater familias – havia um festival análogo, dedicado à Deusa Flora e durante qual o imperador Antonino Eliogábalo, entusiasmado com o seu «marido» – o escravo Hierocles – fez-lhe uma fellatio (um broche, como diz o povo; e vox populi vox Dei est) em público, justificando o seu inusitado acto como uma forma de honrar a deusa Flora. Na cidade de Komaki, o mais próximo que vemos são jovens mulheres a saborear doces e gelados em forma de fálica. A lógica é simples: quando mais for honrada a deusa (Flora, para, v.g., os romanos) ou a natureza (segundo o animismo nipónico) maior é a colheita e mais descendência terão os devotos.
Com a crise agrícola que os países pobres enfrentam, e a depressão demográfica que os ricos (nomeadamente os europeus) enfrentam, não me admiraria nada se o culto de Flora, ainda que na sua forma animista, como no Japão, renascesse. Uma coisa é certa: o Japão não é conhecido por ter crises agrícolas ou qualquer depressão demográfica. Porque será? Como dizia Sancho Pança a D. Quixote, o cavaleiro da triste figura, «yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay».
Wenceslau de Moraes conta que certo cidadão japonês propôs acção de divórcio contra 13 (treze) mulheres com quem se casara com o fundamento de que eram estéreis e de que não lhe davam um filho (então fundamento legal para o divórcio no Japão nos princípios do Século XX). O tribunal japonês, que não tinha aos recursos técnicos da modernidade, nomeadamente as perícias de sangue e/ou do ADN, deu razão ao homem em todos os trezes processos consecutivos, e divorciou-o: as mulheres eram todas estéreis… essa foi a realidade, a verdade do direito.
Mas, ao contrário do que os ocidentais pensam: que este festival é uma extravagância japonesa, ela tem origens nas raízes da Europa rural. Em Roma – uma sociedade baseada no princípio do pater familias – havia um festival análogo, dedicado à Deusa Flora e durante qual o imperador Antonino Eliogábalo, entusiasmado com o seu «marido» – o escravo Hierocles – fez-lhe uma fellatio (um broche, como diz o povo; e vox populi vox Dei est) em público, justificando o seu inusitado acto como uma forma de honrar a deusa Flora. Na cidade de Komaki, o mais próximo que vemos são jovens mulheres a saborear doces e gelados em forma de fálica. A lógica é simples: quando mais for honrada a deusa (Flora, para, v.g., os romanos) ou a natureza (segundo o animismo nipónico) maior é a colheita e mais descendência terão os devotos.
Com a crise agrícola que os países pobres enfrentam, e a depressão demográfica que os ricos (nomeadamente os europeus) enfrentam, não me admiraria nada se o culto de Flora, ainda que na sua forma animista, como no Japão, renascesse. Uma coisa é certa: o Japão não é conhecido por ter crises agrícolas ou qualquer depressão demográfica. Porque será? Como dizia Sancho Pança a D. Quixote, o cavaleiro da triste figura, «yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay».
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Imagem: Flora, Ticiano
Imagem: Flora, Ticiano
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