sábado, 29 de agosto de 2009

  • OS BLACK OUT´S — DA ELECTRA A RTC-RCV ON LINE
Quando é que o Governo irá perceber que a ELECTRA existe para dar a luz, e não escuridão; para fornecer água e não para meter água? A função da ELECTRA é satisfazer duas necessidades fundamentais, não alimentar quaisquer luxos. E tem de ser capaz de resolver os problemas, sem desculpas; sem desculpas! Pois estas já chegam, não satisfazem quem quer viver num país bem governado, num país de desenvolvimento médio. Para quê a sociedade de informação, a governação electrónica, a administração electrónica, e o Mundo Novo se não existe electricidade? Não pode ser para inglês ver e saber, não! Têm de ser úteis ao povo, à nação cabo-verdiana.

Mas não somente a ELECTRA que sofre de black out crónico, a RTC/RCV também. Por exemplo: tem um site bem conseguido, mas depois falta o mais importante: que as coisas funcionem! O telejornal da TCV – que deveria estar on line – não funciona, e nem com e-mails (o que já fiz mais de uma vez!) a alertar para essa anomalia se melhora.

A RCV, uma rádio fundamental para o país e a Diáspora (em especial para esta), não funciona no site da mesma! É uma coisa extraordinária! Pois ela funciona no portal da
sapo.cv. Agora, aparece a informação que está em actualização… até parece que é um problema grave, e não é! Basta(rá) a mudança de um link; coisa que se faz em cinco minutos! A culpa é do Governo? Não, pois o que se passa com a RTC-RCV é uma manifesta negligência de fornecimento de um serviço público e a tutela deveria ter atenção a esta situação.

Romeu Modesto, Secretário de Estado da Administração Pública, disse na Guiné-Bissau, durante a inauguração de um Balcão da Casa do Cidadão, que a «Administração pública presta um serviço de qualidade» aos cidadãos. Pode ser que seja essa a vontade, e estou convicto que é e será assim; mas a realidade prática é diferente.

O Governo pode esforçar-se e fazer o seu melhor ao nível das decisões, mas se os executores não cumprirem com a sua parte, tudo é e será debalde. E fazer o streaming de vídeo ou áudio não, de todo, um problema de difícil solução (leva menos mesmo tempo a fazer-se do que o dispendido pela pessoa que colocou o aviso em flash a dizer que o site está «em actualização, em breve o portal estará operacional). Até porque o que era difícil era ter-se o programa de emissão instalado; a sua manutenção é simples. Enfim… «O que estraga a vinha não são as raposas, são as raposinhas» – diz bem Salomão. E é a imagem do Administração pública e dos seus serviços que sofrem, i.e., o Governo – em última análise.

A questão da ELECTRA é mais complexa, pois, além dos problemas de gestão e de financiamento, existe um outro estrutural: o programa energético nacional, que ainda não se sabe bem o que é – se bem que se tem de aplaudir o Governo por ter decidido apostar nas energias renováveis. Vamos ver se o fará com a racionalidade devida e não de acordo com os interesses eleitorais; a ver vamos. E se o petroleiro que transportava combustível para Cabo Verde – e que se atrasou – não tivesse logrado chegar ao país? Teríamos tudo parado, provavelmente. Seria o black out total, não seria somente na Capital, mas em todo o país. Andamos, nisto da energia e da ELECTRA e da sua (não) política a viver como a cigarra. E, um dia, o inverno chegará e a cultura do «deixa andar» e «fica para amanhã) será confrontado.

Imagem: Carmen Electra numa praia a noite, e que poderia ser a Laginha…

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