- CORRENTE DE MAR
Hoje (como ontem, como todos os dias), acordei a pensar que tenho saudades da beira-mar. Horas tardias, lembra – promessas imutáveis:
«And what I assume you shall assume,
For every atom belonging to me as good belongs to you.»
Os sonhos, se forem verdadeiros, nunca morrem – são como «Amor de um dia»; florescem e renovam-se todas as manhãs. Ganham asas, revolvem entranhas, empalidecem luas e são Fénix sonhando Agosto verde e Paris adiadas e à espera do cumprimento, da cura necessária de mãos.
Ah, como o mundo está cheio de regras silenciosas! Como o silêncio é cruel, como mente sem palavras e lavra ondas silenciosas sem praia e desejo não sucumbido.
Hoje (– celebro-te Messias, pelo meu Mar), vou procurar um caracol à beira-mar e, humilde como um pedinte faminto de tudo, pedir-lhe-ei que ressuscite os sonhos guardados no silêncio.
Planto-te em mim – só raízes de ti germinam na minha terra nocturna, só flores de ti sabem o que é a brisa do mar fundido nos gritos dos sonhos na aurora cinzelada de tudo.
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