quarta-feira, 2 de julho de 2008

  • POLÍTICOS NA ARTE – INCOMODANDO A HISTÓRIA

O mundo está cheio de coisas surpreendentes e que escapa à nossa memória histórica. Quem se recorda de Winston Churchill? Sim, recordamo-lo pelo «sangue, suor e lágrimas» do seu extraordinário discurso durante a batalha de Inglaterra no início da II Guerra Mundial e como Primeiro Ministro do Reino Unido.

Mas quem se lembra dele como escritor? Pois... Em 1953 foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura pela sua obra autobiográfica e de memórias «Sangue, Suor e Lágrimas» (encontrável no Brasil, mas não em Portugal). Ah, Borges, como te sentes injustiçado pelos deuses de Estocolmo na tua tumba de Genebra e na Vallhada dos poetas!

O seu grande opositor, Adolfo Hitler, também desejava ser artista e, além do seu Mein Kamp (a sua obra política), tem obra como pintor que foi remetido ao silêncio censurador da História; temos de ser «protegidos» – pensam alguns. A sua obra pictórica – com técnica considerável, como se pode ver pela amostra –, era como a sua alma: cinzenta e desprovida de vida e de humanismo. Na verdade, da sua obra conhecida como artista, o humano é quase inexistente; é – usando emprestado o titulo de uma obra de José Ortega y Gasset – a «desumanização da arte».

A história não nos avisa de nada nem nos ensina seja o que for se a escondermos... Se for oportuno, voltarei a compartilhar mais «obras de arte» desse ser humano infame que não pode ser esquecido para não se repetir, nem ele nem as suas ideias – algumas, infelizmente, a renascer de forma larvar na Europa humanista.

Post Sriptum: Aconselho a leitura de «Oulanen», peça de teatro poético de Karl Marx – escrito na juventude – e que é uma elegia a Lucífer ou o Diabo. Surpreendente, para um ateu confesso.

  • Adolf Hitler painting/ Pintura de Adolfo Hitler

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