- O ESCRAVO CRISTIANO RONALDO
O Presidente da FIFA, Joseph Blatter, afirmou que o jogador Cristiano Ronaldo «deve poder deixar o Manchester para ir para o Real Madrid, se é isso que deseja". Sem mais. Então, e os contratos – já não valem de nada?
Bem, segundo o mesmo dirigente da FIFA a «compra e venda» de jogadores, é uma «escravatura moderna». O jogador, mortinho para ir para Madrid – sua (bela) namorada é espanhola, além de engrossar a sua conta com mais alguns milhões de euros – não se fez rogado e disse a um canal de televisão português:
- "Concordo completamente com aquilo que o presidente da FIFA disse hoje."
Isto é, o milionário Cristiano Ronaldo sente-se escravizado; é um escravo do Manchester United! Trabalha cerca de 3 a 4 horas por dia, recebendo aproximadamente 800.000 euros por mês – qualquer coisa como cerca de 25.000 euros por dia – e sente-se escravizado! O cidadão português comum nem imagina o que isso é, e, recebendo cerca de 600 euros/mês, trabalha 8 horas por dia sem se sentir escravizado, ainda que seja, muitas vezes (em particular os estrangeiros), explorado.
Mas saberão o Cristiano Ronaldo e o Joseph Blatter que o conceito de escravo não é tão linear como pensarão? De certeza que não conhecem a figura do escravo de orelha furada da sociedade hebraica patriarcal e, muito menos, o de escravo em Roma e o que isso significa na modernidade (aliás, parece-me que não sabem o que é isso da “modernidade”...). Mas, como se diz, cada um sabe o que sabe.
Um homem livre podia, em Roma, vender a sua liberdade para pagar as suas dívidas; sujeitando-se à condição de escravo. Era, então, um negócio jurídico lícito; hoje não. O Sr. Blatter confunde uma relação contratual – que pode ser constituída com jogadores de futebol, gestores ou chefs de cozinha – em que as partes assumem determinadas obrigações; inclusive com regras determinadas pela própria FIFA!
Uma dessas obrigações, a primeira, é cumprir com o contrato. Se uma das partes não quiser cumprir com o contratado, existem, naturalmente, cláusulas penais, chamadas em futebolês ou, se se quiser, direito desportivo, de clausula de rescisão (que na verdade é uma cláusula penal). Se for o clube, terá de pagar os valores do contrato, se for o jogador, terá de pagar (ou um clube por si, em regra) a cláusula do contrato que o deixa desobrigado perante a sua entidade patronal ou outrem que pode ser um empresário.
Dizer que isso é escravidão é não saber o que se está a dizer; melhor seria estarem calados. Escravo na “modernidade” é outra coisa – em forma inventada pelos europeus conquistadores quando iniciaram a prática do rapto de homens livres entre os povos indígenas de África para os forçar a trabalhar para as suas roças e fazendas sem salário nas Américas e no Novo Mundo ou, ainda, como fizeram com os nativos sul-americanos.
Isso, sim, é a “escravidão moderna”. Na época pós moderna ou contemporânea (em que vivemos) subsistem, em alguns países, algumas dessas formas de escravidão. Sim.
Saberão o Cristiano Ronaldo e a FIFA que os produtos da Nike (promovido por Ronaldo, a troco de milhões) e a Adidas (sponsor oficial da FIFA) são feitas por pessoas (inclusive crianças) que trabalham em condições que só se pode considerar de escravidão? Que, na Indonésia, essas pessoas são sujeitas a abusos, de toda a ordem, desde sexuais a trabalhos em horários excessivos – análogos a trabalhos forçados – e sem direito a um único dia de férias anual? Isso, sim, Joseph Blatter, Cristiano Ronaldo, é escravidão! E contribuem, ambos, para isso – ao promoverem essas empresas! Logo, indirectamente, são coniventes com essas realidades.
Assim como existem novas formas de escravidão humana, como a sexual ligada ao criminoso tráfico de seres humanos; e uma outra – por sinal florescente entre os milionários: a da ignorância!
Ao contrário dessas pessoas (na Indonésia e outras partes do Mundo) – que são obrigadas a aceitar os contratos de trabalho precários, o Cristiano Ronaldo tem um contrato de excelência e com mais do que tudo o que queria e sonhava. Se quer sair do clube onde está tem de negociar a sua saída nos termos do contrato; são as regras aceites por todos e, parece-me, justas e justificadas; de outro o mundo do futebol seria uma selva.
Ah, mas o Cristiano Ronaldo não se sentirá um escravo no Real Madrid? É que, paradoxalmente, foram os portugueses e os espanhóis que inauguraram o comércio de escravos e dos últimos a abandoná-lo; sob pressão inglesa!
Ocorreu-me agora a seguinte pergunta.
Será que o Cristiano Ronaldo é mais esperto do que parece e o que queria mesmo era que o Manchester United lhe desse “carta de alforria” e, assim, livre, procurar um novo Senhor e ser escravo de orelha furada? Ah, ninguém pode ser assim tão esperto! Nem o cristiano Ronaldo...
Bem, segundo o mesmo dirigente da FIFA a «compra e venda» de jogadores, é uma «escravatura moderna». O jogador, mortinho para ir para Madrid – sua (bela) namorada é espanhola, além de engrossar a sua conta com mais alguns milhões de euros – não se fez rogado e disse a um canal de televisão português:
- "Concordo completamente com aquilo que o presidente da FIFA disse hoje."
Isto é, o milionário Cristiano Ronaldo sente-se escravizado; é um escravo do Manchester United! Trabalha cerca de 3 a 4 horas por dia, recebendo aproximadamente 800.000 euros por mês – qualquer coisa como cerca de 25.000 euros por dia – e sente-se escravizado! O cidadão português comum nem imagina o que isso é, e, recebendo cerca de 600 euros/mês, trabalha 8 horas por dia sem se sentir escravizado, ainda que seja, muitas vezes (em particular os estrangeiros), explorado.
Mas saberão o Cristiano Ronaldo e o Joseph Blatter que o conceito de escravo não é tão linear como pensarão? De certeza que não conhecem a figura do escravo de orelha furada da sociedade hebraica patriarcal e, muito menos, o de escravo em Roma e o que isso significa na modernidade (aliás, parece-me que não sabem o que é isso da “modernidade”...). Mas, como se diz, cada um sabe o que sabe.
Um homem livre podia, em Roma, vender a sua liberdade para pagar as suas dívidas; sujeitando-se à condição de escravo. Era, então, um negócio jurídico lícito; hoje não. O Sr. Blatter confunde uma relação contratual – que pode ser constituída com jogadores de futebol, gestores ou chefs de cozinha – em que as partes assumem determinadas obrigações; inclusive com regras determinadas pela própria FIFA!
Uma dessas obrigações, a primeira, é cumprir com o contrato. Se uma das partes não quiser cumprir com o contratado, existem, naturalmente, cláusulas penais, chamadas em futebolês ou, se se quiser, direito desportivo, de clausula de rescisão (que na verdade é uma cláusula penal). Se for o clube, terá de pagar os valores do contrato, se for o jogador, terá de pagar (ou um clube por si, em regra) a cláusula do contrato que o deixa desobrigado perante a sua entidade patronal ou outrem que pode ser um empresário.
Dizer que isso é escravidão é não saber o que se está a dizer; melhor seria estarem calados. Escravo na “modernidade” é outra coisa – em forma inventada pelos europeus conquistadores quando iniciaram a prática do rapto de homens livres entre os povos indígenas de África para os forçar a trabalhar para as suas roças e fazendas sem salário nas Américas e no Novo Mundo ou, ainda, como fizeram com os nativos sul-americanos.
Isso, sim, é a “escravidão moderna”. Na época pós moderna ou contemporânea (em que vivemos) subsistem, em alguns países, algumas dessas formas de escravidão. Sim.
Saberão o Cristiano Ronaldo e a FIFA que os produtos da Nike (promovido por Ronaldo, a troco de milhões) e a Adidas (sponsor oficial da FIFA) são feitas por pessoas (inclusive crianças) que trabalham em condições que só se pode considerar de escravidão? Que, na Indonésia, essas pessoas são sujeitas a abusos, de toda a ordem, desde sexuais a trabalhos em horários excessivos – análogos a trabalhos forçados – e sem direito a um único dia de férias anual? Isso, sim, Joseph Blatter, Cristiano Ronaldo, é escravidão! E contribuem, ambos, para isso – ao promoverem essas empresas! Logo, indirectamente, são coniventes com essas realidades.
Assim como existem novas formas de escravidão humana, como a sexual ligada ao criminoso tráfico de seres humanos; e uma outra – por sinal florescente entre os milionários: a da ignorância!
Ao contrário dessas pessoas (na Indonésia e outras partes do Mundo) – que são obrigadas a aceitar os contratos de trabalho precários, o Cristiano Ronaldo tem um contrato de excelência e com mais do que tudo o que queria e sonhava. Se quer sair do clube onde está tem de negociar a sua saída nos termos do contrato; são as regras aceites por todos e, parece-me, justas e justificadas; de outro o mundo do futebol seria uma selva.
Ah, mas o Cristiano Ronaldo não se sentirá um escravo no Real Madrid? É que, paradoxalmente, foram os portugueses e os espanhóis que inauguraram o comércio de escravos e dos últimos a abandoná-lo; sob pressão inglesa!
Ocorreu-me agora a seguinte pergunta.
Será que o Cristiano Ronaldo é mais esperto do que parece e o que queria mesmo era que o Manchester United lhe desse “carta de alforria” e, assim, livre, procurar um novo Senhor e ser escravo de orelha furada? Ah, ninguém pode ser assim tão esperto! Nem o cristiano Ronaldo...
.
- Imagem: Escravo morribundo, Miguel Angelo Buonarotti
2 comentários:
Parece "brincadeira"!??? Mas de MAU-GOSTO. O esclavagismo é palavra muito mais séria e que deveria merecer mais respeito.
RESPEITO, da parte de muitos e... VERGONHA e RECONHECIMENTO do MAL causado por aqueles que foram Rei e Senhores de tais actos VEXATÓRIOS.
Escravo??? Quem ganha um exorbitante salário considera-se escravo. E quem vive de 15 euro-cêntimos, trabalhando 12 a 15 horas diários'para que o Mundo dos Ricos viva com mais luxo e mais extravagância, esses como chamar-lhes?
Mulata,
ainda estou à espera de ver a Europa reconhecer o mal causado pela sua acção esclavagista aos nossos antepassados! Mas quem não reconhece o mal, não se pode arrepender.
Poderiam aprender alguma coisa com a Austrália que, ainda que tarde, reconheceu o mal causado aos aborigenes.
Mas eu até concordo com o Cristiano Ronaldo e com o Blatter: são escravos, sim, mas da sua pobreza de alma e do dinheiro!
Bem haja.
Enviar um comentário