Chove na cidade da Praia. A capital é abençoada com a bendita e amada chuva. Como dizia Amílcar Cabral «a chuva amiga já falou mantenha e bate dentro do meu coração». Sim, sim.
Espero, como diz o poeta de pena e arma, que a ilha e o país se tornem um jardim e se cubra de esperança. Esta mantenha do céu será prelúdio de desejo do poeta em vésperas do Dia da Independência em ano mítico? Talvez, depende do que tivermos na alma.
O meu poeta diz-me que Amílcar Cabral ouviu os deputados da Assembleia Nacional falar tanto em poesia que resolveu lembrar-lhes o sentido do seu legado em vésperas do 5 de Julho. Nada como a chuva à porta para lavar as ruas e despertar as almas em terra seca - diz-me.
Eu, espero que os dirigentes deste nosso caminho de independência tenham este sentido de alma e percebam que a Independência é, ainda, um caminho de esperança e de obra necessária a serem percorridos.
Eu, espero que os dirigentes deste nosso caminho de independência tenham este sentido de alma e percebam que a Independência é, ainda, um caminho de esperança e de obra necessária a serem percorridos.
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Cabral, para sempre.
2 comentários:
Independência de Cabo Verde foi o maior erro da nossa história.
A nossa forte cabo-verdianidade existe desde os primórdios da nossa existência, nunca a perdemos, nem quando eramos portugueses nem depois.
A independência trouxe-nos apenas e só mais dificuldades no nosso tão esperado desenvolvimento. Estamos a fazer o caminho mais longo para lá chegar, quando poderíamos estar no caminho mais curto, como todos os gestores inteligentes fazem!
Deveríamos ter tido a inteligência para atalhar caminho.
Se a Independência não foi um erro, então porque hoje todos os cabo-verdianos anseiam ter nacionalidade portuguesa/europeia? Dirão alguns: É por uma questão de "necessidade". Ora bem, se é por uma questão de necessidade individual, também é colectiva ... se é colectiva também é nacional.
Se a independência não foi um erro, então porque procuramos desalmadamente ter o estatuto especial junto da união europeia?
Dirão alguns: é por uma questão meramente económica. Ora se é por uma questão económica, então porque fomos nós próprios a romper esse caminho em 75? Não poderíamos ter ficado como Madeira, Açores, Canárias ou mesmo as outras regiões ultraperiféricas francesas e holandesas? ... Não venham com a história de sermos pretos e sermos diferentes porque não cola. Então o que dizer dos pretos franceses e holandeses?
São essas incongruências e farsas que temos de acabar com ela de uma vez por todas.
O certo é uqe os mais afectados são sempre os mesmos, ou seja, os mais coitados. São eles que vimos diariamente nas filas às portas das embaixadas e consulados portugueses/europeus a pedir vistos.
Deixemos de falsidade! Só os coitados é que vão para essas filas. Os mais nacionalistas estão todos com passaporte português ou de várias nacionalidades! CHEGA DE MENTIRA E DE ILUSÃO!
Quero o meu passaporte europeu que me retiraram em 1975!
Mr. Anónimo,
Não concordo consigo, de forma nenhuma. Mas é a sua opinião e respeito-a. Esta questão é um problema do passado; não faz mal discuti-la, mas não acrescenta nada à história da pátria cabo-verdiana.
Como diz o Prof. Eduardo Lourenço, a descolonização foi feita da forma como foi feita porque a Portugal Metrópole quis livrar-se de um “fardo”.
Amílcar Cabral quis um lugar ao Sol para a pátria cabo-verdiana e os seus seguidores não recusaram o céu da independência plena ofertada pelo Estado português. Dirá que foi mais um purgatório; mas é independência!
Sabe, eu me incluo entre os «coitados» de que fala. Tenho orgulho na minha nacionalidade, e ela é cabo-verdiana. Mas entendo o quer dizer; sim, entendo...
Eu não quero passaporte de ninguém, não. Quero que a minha terra seja cada dia mais próspera e independente.
Bom 5 de Julho!
PS: se desejar, leia o poema «PÁTRIA MINHA» que publiquei no Liberal: http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=19274&idSeccao=542&Action=noticia
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