quinta-feira, 14 de agosto de 2008

  • FILHAS DOS PAIS DO CRISTIANISMO

Uma dessas raparigas na imagem é (será) Anksunamon, irmã e mulher do jovem e mítico faraó Tuthankamon, ambos filhos de Akhenaton e Nefertiri, o casal o solar egípcio que caiu em desgraça ao arrastar o Egipto politeísta para a grande aventura do Deus único.

O tempo de Amenófis IV (seu nome dinástico) foi, além de abertura à uma realidade religiosa estranha aos egípcios – de verdadeira ruptura epistemológica, comparável à revolução Coperniciana – de grande abertura à realidade e à criação artísticas. Uma época verdadeiramente extraordinária da história de África e, infelizmente, esquecida.

Sem a visão de Akhenaton e Nefertiri, hoje não poderíamos, de modo algum, dizer que somos cristãos, os hebreus invocarem YHWH ou os islâmicos Allah; pois não haveria ethos histórico para tal sustentação. Foi no seu pensamento – em síntese com a doutrina politeísta da trindade egípcia pré-Akhenatoniano: Isis, Osiris e Hórus – que Teófilo de Alexandria foi buscar a ideia de santíssima trindade que tinha entrado no ocidente através da versão de trindade capitolina.

É legítimo dizer que é no pensamento revolucionário deste africano que nasceu a esperança cristã. E ainda há africanos por aí que pensam não ter «referências» históricas…

  • Imagem: Duas filhas de Akhenaton, pintura em Tell-al-Almarna, Egipto.

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