sábado, 13 de setembro de 2008

  • OLÍBANO

O meu poeta chilreava ontem:

«… O Sol invade o dia com o meu pensamento
e os meus dias a eternidade.

Tenho saudades de ontem, sim;
mas não por ela, mas pelo que me roubou.
A cada passo meu deixo tributo de beleza,
juventude, inocência e recebo marcas de saber
que dóiem-me como os fundamentos do Mundo
ao gerarem a minha ilha-casulo,
como o magistrado vendido e comprado
se curva a desmaio de alma impura.

Vislumbro plêiades em roncos novos sibilando
na sombra sem saberem o que é um cordeiro cevado
e, jovem patriarca de El Shadai, grito silenciosamente:
Ego sum Joseph, frater vester,
quem vendistis in Aegiptum.»

Eu, escutando-o por dever, lembrei-me
que o seu anti género pediu ao meio da tarde
da minha meninice água de açucar com pão
– eram dias difíceis e de mirra esses…
Oh!, como queria dizer o jovem poeta suicida,
a moral e a sua falta é fraqueza de cérebro.
Fraqueza, não – falta de cérebro!

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  • Imagem: Music chick, Milo Manara ... mpf

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