domingo, 27 de setembro de 2009

Ao poeta Mário Fonseca
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  • PECADOR SEM MÉTRICA
Sou pecador; α marca pecador
porque nasci, cresci e adoço-me pecando
um coração plano e rotundo de dor
que sobrevive amando.

Sou pecador; sim, pecador!
Porque isso de Ser é ser pecador,
é viver de amor e dor
sem nada nem ninguém a opor.

Sou pecador abissal, sim; e sinto… Amor.
Não recuso nem nego o prazer de Ser
— não, só depois de o ter sangrando dor.

Sou pecador, fruto crescido do pecado
de quem me gerou tarde — em lazer —
para ser Ser acabado: viver, ser, morrer amado.

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