quinta-feira, 17 de setembro de 2009

  • ICTUS IONAM
Ictus esse fortunae est — dizia menino
n’Pelourim d’pexe d’Soncent, nas raias da vida
e com tempo e escudos contados.
Liberdade era longe.
Não distinguia
a da mãe,
a do partido que silenciava até as moscas,
a do pescador da galileia e, pior:
a que tens, ó fidge d’terra
— ser peixe, e não ter grande para te comer
nas novas de águas novas
ou ventre abrupto.

Ah, como são profundos os rios espúrios,
os mares de sal e as alegrias de doce e neve...
— balidos descarnados de argo-internautas
sem vinho doce,
o que gosto em ébano e oiro,
abacate fêmea; a natureza das coisas és.
E escuto-me, de avental: hueles muy bien desde mañana

Ictus, ó ictus, tem sempre este destino.
Antes de ti já o era: Deus também aprendeu
que uns são pão e vinho, e outros
sabor de cachupa
e arte, digo eu:
arte-nós.

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