segunda-feira, 7 de setembro de 2009

  • A ROSA

    A rosa,
    a imarcescível rosa que não canto,
    a que é peso e fragrância,
    a do negro jardim na alta noite,
    a de qualquer jardim e qualquer tarde,
    a rosa que ressurge da ténue
    cinza pela arte da alquimia,
    a rosa dos persas e de Ariosto,
    a que sempre está só,
    a que sempre é a rosa das rosas,
    a jovem flor platónica,
    a ardente e cega rosa que não canto,
    a rosa inalcançável.
    ---- Jorge Luís Borges

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