- OS INCENDIÁRIOS SUBTERRANEOS
O mundo está cheio de incendiários; nascem de todo o lado – como dizia Aristóteles. E parece ter razão, assim como o Juízo do judeu português que todos dizem de Amesterdão. Coisa análoga — além da falta de jeito político de Manuela Ferreira Leite — voa por aí, assim como a ASAE que mandou fechar a «Sopa dos Pobres» de Faro, a modos de dizer: «tudo fecha neste mundo»; e é verdade, menos a falta de tino (há coisas que não são de moda nem de modismos). Ai!, os universos são o que são. Suum cuique tribuere — gritaria Ulpiano. A vida não tem pressa, não tem não.
Acho que, hoje, antes de dormir, vou ler um pouco de Water Margin de Shi Naian; tem belas lições. Os incendiários estão no underground do verbo de confraria. Li há pouco — antes escrever o meu poema diário — numa das minhas bíblias pagãs e atentei neste espanto: «Que feliz seria o género humano se o amor que governa os céus governasse também os corações!» (Boechio, De Consolatione Philosophiae, II, metro oitavo, Buenos Aires, 1995, p.54). Pois é, mas ignoti nulla cupido.
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