domingo, 18 de outubro de 2009

  • NÃO ME PERTENCE

    Talvez eu desse tudo: a imensidade
    Do Amor; o sonho taciturno e mudo;
    Toda a luz da razão; a flor do estudo;
    O fruto da lição e da verdade.

    Daria esta alma louca de saudade;
    Daria o meu futuro carrancudo;
    A minha carne à dor; daria tudo,
    Tudo, menos a minha liberdade!

    Sim: essa, à força, só ma podereis
    Levar. Não me pertence! Não me veio
    Por herança, dos homens nem das leis.

    E, se dispor de um bem inalienável,
    Diante da lei, é crime abominável,
    Crime maior será dar o alheio...
    ---- Eugénio Tavares

    Iamgem: Deus Tezcatlipoca

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