- ONDE ESTÃO OS TRAIDORES E OS DONOS DA REPÚBLICA CABO-VERDIANA?
— Tu quoque Brutus, fili mi! (Até tu, Bruto, meu filho!)
16 de Março do ano de Jesus Cristo de 2009, a República de Cabo Verde, na pessoa do Conselho de Ministros, aprova o Decreto alupekano (Decreto-lei 8/2009 de 16 de Março) cuja forma fere de morte os fundamentos da República e do Estado de Direito em vigor. E tenho de perguntar, como povo, a todos que participaram nessa traição à confiança depositada:
— Até tu, Pedro Pires, meu filho?
— Até tu, Assembleia Nacional, minha filha?
A Res Pública — não confundir com res communis púbica (ou da Joana, vulgo dixit), que não é! — sobreviverá. E sobreviverá para ver quem é que, como vigia da Constituição, avançará para o STJ/Tribunal Constuicional. Será que vamos tendo consciência de que as questões e situações estruturais da nação vão sendo decididas, bem ou mal, pelos juízes? Pois é, a República dos juízes é muito mais do que um fantasma, é um fantasma vivo, actuante e pretes a ganhar asas eternas. Acorda povo, acorda antes que tarde.
Mas acorda sem máscaras, sem medos, sim; sem medos! vinde ó Cássios e Brutos! Cíceros e Catilinas reconstruidos! Ovídios e Horácios! Mecenas e Propércios! Tertulianos e Agostinhos! Lucrécios e Catões! Ulpianos e Papinianos! Senecas e sábios não reconhecidos de R’bêra Bote a Tcham d’Fguêra! D’San Flip a R’beral! De J’néla a A’Somada! De Lajêd a Praia. De d´Zapique d’infêrre a Terra-longe! De Terra-longe a cada grão de terra nossa, terra-nós que por ser nós é isso e é coisa e é pública! Vinde, vinde e oremos de acção pela Res Publica!
No porão, é que não dá! Ou será que silêncio ainda fala, ó opi(o)nion makers? Como me dizia uma amiga, sem independência económica é difícil as pessoas serem o que são, dizerem o que verdadeiramente pensam. Será por isso que os anónimos, nominhas e quejandos proliferam na sociedade virtual cabo-verdiana? É uma das respostas possíveis, mas existem outras; ai se existem! A verdade é que uma cidadania encapuzada é uma espécie de eunuco intelectual, mera guardiã de prazeres alheios, de razões desvairadas e dos interesses dos mais do que putativos senhores usurpadores da República.
A República, os seus princípios e valores são dos homens e das mulheres da nação, do povo; mas, ao que parece e segundo alguns, pode ser usucapida. ¡Que tonteria!
4 comentários:
Virgílio, não conhecia o teu blogue. Serei visitante, obrigada pelas tuas palavras. Lembras-te de mim? Um abraço
Agora, já conheces!
Claro que me lembro! Como seria possível esquecer-me de ti? Vou, à distância, seguindo os teus passos...
Beijos
Mais um excelente post. Se me permites, eu também por aqui vou seguindo os teus passos! Abraço.
Gracias, João.
Claro que permito, é preciso estar-se onde se tem de estar. Mesmo quando não se nota a nossa presença.
Abraço fraterno
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