segunda-feira, 26 de outubro de 2009

  • PRIMEIRAS IMPRESSÕES DA ASSEMBLEIA NACIONAL

Fiquei a saber, na voz da Deputada Janine Lelis: os novos juízes foram nomeados para o Supremo Tribunal de Justiça e… sem gabinetes. Como trabalham? — pergunto. Não faz mal, iis t’desenraká´s’iis midje — deverá ter pensado a tutela.

O líder da bancada do PAIC, Rui Semedo, diz que: «já há meios para se instalar o Tribunal Constitucional». Isto é, a culpa de não haver TC é, afinal de contas e do ponto de vista do PAICV, do MPD. Genial! — diria um espanhol. A Ministra da Justiça, Marisa Morais, diz que primeiro aprovam-se os nomes dos juízes, depois se fará a Portaria para os funcionários do Tribunal Constitucional e o demais… pois «já existem todos os meios». Mas que meios? Os valores aprovados no Orçamento do Estado? Ninguém perguntou, e ninguém disse.

Todos perceberam: primeiro a mobília, depois a casa. Ah! Esquecia-me (os deputados também): como foi aplicado as verbas inscritas no Orçamento de Estado para instalar, este ano que corre, o
Tribunal Constitucional? Há um edifício fantasma que será o Tribunal Constitucional e ninguém sabe. Será na Praia, em São Vicente, na Assomada ou no Ribeira Brava, Nova Sintra, algures no Maio ou São Filipe? Ninguém quer saber? Nem um pouquinho de curiosidade, um b’kedim, um nikim de kuriosidad (agora é assim que se escreve, kapado!) ó nhis gent?

O MPD, ao parece, ainda continua a não estudar o discurso; a não ter uma estratégia parlamentar. A Cristina Fontes, Ministra da Defesa e da Reforma do Estado, diz coisas com sentido no que a Justiça diz respeito; até porque são evidências. Pena é não ser acompanhada por outros… media via, media via. Faz sentido o que diz.

A boa oposição (má para o poder) não pode ser, não deve ser cega, e muito menos obtusa. É um problema estrutural, ou mera falta de perspectiva? A verdade é que o país não melhorará enquanto a oposição não melhorar, não for mais incisiva e consciente da sua função. O facto de o MPD ter, neste momento, um líder que não é parlamentar dificulta-lhe a estratégia, mas não explica muita coisa.

Correndo o risco de ser injusto – e se for o caso penitencio-me e pedirei desculpas ao visado – parece-me que percebi um facto insólito: é impressão minha ou um deputado da oposição tinha a pergunta (a ser feita ao Secretário de Estado da Educação) escrita, e leu-a como mau aluno da terceira classe? A rádio tem dessas coisas… e a vida também: é um sofrimento, ouvir e não ouvir estes deputados, este Parlamento. Ó Marcelo! Marcelo

1 comentário:

Amílcar Tavares disse...

Patética essa classe que dirige o país!