Ao (re)ler Caim, de José Saramago, lembro-me da obra de um outro ateísta: Arthur Miller, nomeadamente o seu livro The Creation of the World and Other Business. Absolutamente compreensível, pois nihil novi sub sole. E o nobelado anuncia um «nunca visto atrevimento» da sua obra...
A analogia com Saramago não se fica pela obra, estende-se a perplexidade perante a possibilidade de perder-se a consciência e a sua luta, o connatus essendi, de preservarem o seu ser para além da morte, Arthur Miller (como confessa, expressamente, em entrevista que concedeu há alguns anos a BBC) através da sua obra, José Saramago através desta e de mais, muito mais: a sua intervenção política e uma desesperada imitatio mártir do passado.
Imagem: Marilyn Monroe (1954), antes de casar com Arthur Miller
Imagem: Marilyn Monroe (1954), antes de casar com Arthur Miller
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